A Páginas Tantas
Nota para professores e encarregados de educação: A concretização das aprendizagens essenciais implica promover estratégias que envolvam a aquisição de conhecimento através da pesquisa em notícias e artigos informativos.
Mundo | 26-10-2023
O número de deslocados e refugiados atingiu os 114 milhões, mais 5,6 milhões do que no início do ano. Este fenómeno deve-se a guerras, perseguições e violações dos direitos humanos.
No seu relatório intercalar de 2023, com dados até setembro, o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) adianta que, no primeiro semestre, 110 milhões de pessoas foram obrigadas a fugir da sua casa ou região, número que representa um aumento de 1,6 milhões de pessoas relativamente ao mesmo período do ano passado. Mas nos três meses seguintes, entre junho e setembro, o ACNUR estima que o número de deslocados à força tenha crescido 4 milhões, elevando o total para 114 milhões. A análise não contabiliza ainda os 1,4 milhões de deslocados internos em Gaza devido às hostilidades com Israel.
Segundo adianta a agência da ONU, as principais razões para o aumento de pessoas que fugiram e vivem hoje deslocadas de casa foram a guerra na Ucrânia e os conflitos no Sudão, na República Democrática do Congo e em Myanmar. A evolução do número de deslocados no primeiro semestre deste ano também foi causada por “uma combinação de seca, inundações e insegurança na Somália” e pela “crise humanitária prolongada no Afeganistão”, refere o ACNUR no seu relatório.
A nível global, há demasiados conflitos que estão a proliferar ou a aumentar, destruindo vidas inocentes e desenraizando pessoas. A incapacidade da comunidade internacional para resolver ou prevenir conflitos está a provocar deslocamentos e miséria.
Mais de metade das pessoas deslocadas mantiveram-se no seu país (apenas aqueles que são forçados a atravessar fronteiras são considerados refugiados), sendo que 2,7 milhões de deslocados internos regressaram às suas casas. Relativamente aos refugiados, o número contabilizado entre janeiro e junho atingiu as 404 mil pessoas, das quais três em cada quatro foram acolhidas por países pobres ou em desenvolvimento.
No total, foram apresentados 1,6 milhões novos pedidos de asilo nos primeiros seis meses do ano, o maior número alguma vez registado, indica o relatório.
Fonte: Observador / Ilustração: Freepik
“Contadores” de borboletas somam mais de 43 mil registos em Portugal. Queres ajudar?
Biodiversidade | 24-02-2023
Desde que começou o projeto do Censos de Borboletas, já foram avistadas e registadas mais de 43 mil. Em 2022, observaram-se mais de cinco mil borboletas de 88 espécies diferentes. E tu podes ajudar.
Como estes animais coloridos são bioindicadores, ou seja, a sua diversidade é indicadora da diversidade de outros insetos, estes números não contribuem só para perceber o paradigma das borboletas em Portugal, mas também para avaliar a presença no território de outros insetos muito mais difíceis de monitorizar.
Os dados que chegam de outros países europeus indicam-nos que as borboletas estão a diminuir. Num relatório europeu que analisou as comunidades europeias de borboletas entre 1990 e 2009, dava-se conta de que “as borboletas não estão a acompanhar o passo das alterações climáticas”.
Por cá, o Censos de Borboletas formou-se como um projeto de ciência-cidadã que observa e conta os indivíduos e espécies, contando com a participação de todos. A tua também. E, claro, quanto mais colaboração tiver este trabalho, mais robustos são os dados obtidos. Juntar toda a informação possível é um passo essencial para perceber o impacto das alterações climáticas e da poluição, preservar e proteger as borboletas.
Ajudar este projeto significa sair de casa para observar e contar estes insetos. Mas antes, é preciso que conheças um pouco da biodiversidade de borboletas da tua área: vê aqui as 60 espécies mais comuns em Portugal. O passo seguinte é contactar a organização, que te vai ajudar a marcar o teu transecto (o percurso que será percorrido de 10 em 10 dias à procura de diferentes espécies de borboletas).
Para estudar as populações de borboletas é preciso obter dados constantes e com a mesma regularidade, durante pelo menos 10 anos. Tendo em conta que o projeto se iniciou em 2019 e ainda não estabilizou, não é ainda possível calcular tendências em Portugal.
Apesar de não existirem ainda dados suficientes para fazer leituras definitivas e classificar as diferenças que podem ter vindo a ser detetadas no número de transectos ao longo do tempo, a evolução das áreas vigiadas com o projeto parece animadora. Em 2019, existiam nove trasectos, em 2020 subiram para 44 e depois para 50.
Agora, é necessário ter mais dados para perceber realmente as tendências. A quantidade de insetos tem uma grande flutuação entre um ano e outro, e uma maior ou menor quantidade pode estar apenas associada a condições atmosféricas ou meteorológicas de um determinado ano.
Queres juntar-te ao projeto e tornares-te um voluntário contador de borboletas?
Fonte: PÚBLICO / Ilustração: Justyna Holubowska-Chrzaszczak
Roubado canhão do século XVIII da Fortaleza de Valença
Valença | 07-06-2022
Um canhão do reinado de D. João V, do século XVIII, pertencente ao Arsenal Real do Exército, foi roubado do baluarte do Socorro, junto à pousada de S. Teotónio, no interior da fortaleza de Valença.
“Ao que tudo indica, o canhão foi arremessado muralha abaixo, para um patamar intermédio, e novamente atirado para o fosso da fortaleza, onde terá sido recolhido e transportado”, explicou a autarquia, frisando que “este é um roubo que abrange o património móvel nacional existente na fortaleza de Valença”.
A ocorrência foi participada à GNR, tendo sido “acionada, de imediato, a Polícia Judiciária (PJ) que já esteve no local a recolher provas”. Os restantes canhões foram retirados da fortaleza e guardados em lugar seguro “para prevenir uma nova tentativa de furto”.
A fortaleza, o principal ex-líbris de Valença, é anualmente visitada por mais de dois milhões de pessoas. Monumento nacional, candidata a Património da Humanidade, assume particular importância pela dimensão, com uma extensão de muralha de 5,5 quilómetros, e pela história, tendo sido, ao longo dos seus cerca de 700 anos, a terceira mais importante de Portugal.
A fortaleza desempenhou um papel preponderante na defesa dos ataques de Espanha e chegou a receber cerca de 3500 homens, em dois regimentos do Exército. A presença militar só terminou em 1927, com a saída do último batalhão do Exército.
Deixar crescer as ervas daninhas para alimentar as abelhas
Ambiente | 12-05-2021
A suspensão do corte da vegetação espontânea em ruas e jardins municipais para proteger os insetos polinizadores é cada vez mais comum em Portugal. A crescente sensibilização ambiental entre a população e a comunicação clara e próxima com os munícipes têm gerado maior aceitação social em relação a esta medida.
Na primavera, os relvados impecavelmente aparados que habitualmente se espalhavam por alguns municípios deram lugar a um luxuriante manto verde, ocasionalmente pontilhado pelas cores das flores silvestres, decorado com placas identificativas onde se lê: “Não estamos a cortar a relva para alimentar as abelhas. Obrigado.” Além de jardins e parques, a vegetação começou a rebentar em separadores e bermas das estradas, canteiros municipais, muros e passeios.
Há câmaras municipais que pararam com o corte da vegetação espontânea para criar habitat para os insetos polinizadores e facilitar o seu acesso a recursos essenciais à polinização.
Comunicação é essencial
O trabalho das autarquias em áreas como investigação e conservação da natureza abriu caminho a uma maior recetividade, por parte da população, a este tipo de medidas. A adesão dos cidadãos aos projetos ambientais e a perceção informada da necessidade de salvaguardar toda a biodiversidade fez com que o crescimento da vegetação comece a ser encarado com naturalidade.
Nas áreas de declive, brotam espécies favoráveis à polinização, como dente-de-leão, pampilho, soagem, estevas ou malva-rosas, que fazem maciços arbustivos.
O crescimento da vegetação, no entanto, não pode impedir a circulação das pessoas nos passeios nem pôr em perigo a circulação rodoviária.
As autarquias tiveram de explicar o porquê de deixarem crescer as ervas e a comunicação foi determinante para a aceitação da medida.
É a consciencialização da opinião pública que torna a ação eficaz. A divulgação online do trabalho realizado consciencializa os cidadãos de que os relvados são, para a grande maioria dos insetos, desertos verdes. Deixar as plantas seguirem a sua evolução natural é preservar a vida.
Fonte: PÚBLICO
Testa a tua compreensão com este quiz.
Pagou 270 mil euros ao filho para que desistisse de lhe chamar pai
Valença | 03-04-2021
Um caso com contornos de ficção passado em Valença lança mais uma acha para a discussão jurídica sobre o direito dos filhos a reivindicarem a paternidade, mesmo quando já se tornaram adultos.
Um empresário abastado que se negou, durante décadas, a assumir a paternidade do filho que teve com uma criada, deixou todos os bens aos sobrinhos e pagou 270 mil euros ao seu único descendente para que desistisse de lhe chamar pai.
Dizia-se a certa altura que Lula Pinto, alcunha de Luís Alves Pinto, era o homem mais rico de Valença. Acumulou fortuna e até potes com moedas de ouro tinha em casa, garantiu uma testemunha ouvida em tribunal.
Quando morreu em 2018, aos 88 anos, a Polícia Judiciária irrompeu pela capela onde estava a ser velado para recolher provas daquilo que sempre se havia negado a assumir em vida. A pressa justificava-se: tinha feito questão de ser cremado e isso podia inviabilizar a recolha de ADN. De zaragatoa em punho, os técnicos da Judiciária recolheram vestígios que viriam a comprovar as suspeitas: o filho que rejeitara era mesmo seu.
A história desta paternidade acidental começa no inverno de 1967/68, quando a criada de um padre de uma freguesia próxima passa a trabalhar numa pensão de Valença, situada junto à casa de Lula Pinto. O comerciante tinha o dobro da idade da rapariga e encontrava-se bem na vida. Herdara um negócio familiar, a Casa Condessa. Estreitou contactos com a criada e, ao fim de três meses, ela anunciava-lhe a gravidez, mas Lula Pinto recusou-se a assumir a paternidade da criança.
Ao contrário do que era habitual na época, o Ministério Público parece não se ter poupado a esforços para lhe dar o nome do progenitor e Lula Pinto é chamado a prestar contas à justiça. Conhece-a de vista, admite, mas são tantas as empregadas que passam pela hospedaria... Nesta altura já o estigma se agarrou à rapariga.
Algumas testemunhas chamadas para ajudar a deslindar a paternidade acusam-na de ser leviana. E ela própria, depois de inicialmente ter apontado Lula Pinto, desdiz-se em tribunal e acaba por garantir ter mantido relações íntimas com vários homens durante aquele período.
O inquérito judicial destinado a apurar a paternidade tropeça em tantas contradições que acaba por ser arquivado. Enquanto Lula Pinto prospera nos negócios, o filho tira a quarta classe e acaba por emigrar para França, onde conduz camiões do lixo antes de começar a trabalhar por conta própria. Em 2016, regressa a Valença e confronta o pai. A conversa dá-se à mesa de um restaurante. Incapazes de chegar a um consenso, ambos os homens recorrem aos serviços de advogados.
A troco de 270 mil euros, o filho aceita escrever pelo seu punho uma declaração em que renuncia a desencadear qualquer ação de reconhecimento de paternidade, mesmo após a morte do progenitor.
O documento acaba por não ser validado pelo notário para poupar os 23 mil euros de imposto do selo que as partes iriam ter de pagar. Uma semana depois da sua assinatura, no início de fevereiro de 2018, o empresário redige um novo testamento em que deixa tudo o que tem a seis sobrinhos seus.
No verão de 2018, Lula Pinto é chamado a tribunal, porque, apesar dos 270 mil euros, o filho não desiste de se tornar oficialmente seu descendente. Não vive, porém, o suficiente para ver o desfecho do processo judicial. Morre no final de setembro desse ano.
Sem um teste de ADN que lhe permita levar por diante as suas pretensões, o filho inicia uma corrida contra o tempo. Autorizados por um juiz, dois homens da Judiciária vão à capela onde jaz o cadáver e conseguem, antes da cremação, recolher amostras de saliva que irão comprovar, sem margem para dúvidas, que é mesmo ele o pai.
Mas a prova que faltava não transforma automaticamente o filho em herdeiro. Sem o saber, ao pedir que se fizesse justiça, este homem lançou mais uma acha para uma fogueira em que se digladiam os juristas portugueses: um descendente tem direito a reclamar a paternidade passado tanto tempo?
O Tribunal de Viana do Castelo foi perentório neste caso, ao decidir que não, uma vez que foram ultrapassados os prazos estabelecidos na lei para tal. Porém, há quem entenda que essa limitação de prazo é inconstitucional. Por isso, o processo segue agora para o Tribunal Constitucional.
E com um desenvolvimento que torna a história ainda mais rocambolesca: uma mulher desencadeou há poucos meses um processo judicial para se registar também ela como filha de Lula Pinto. Diz que a sua mãe, que trabalhava na cozinha de um restaurante frequentado pelo comerciante, lhe contou a verdade apenas há dois anos, no leito de morte. Até aí sempre tinha chamado pai a outro homem.
Fonte: PÚBLICO, abril 2021.
Ovelha perdida resgatada na Austrália
Mundo | 24-02-2021
Uma ovelha selvagem, encontrada numa floresta na Austrália, perto de Melbourne, e apelidada Baarack pelos seus socorristas, rendeu mais de 35 quilos de lã — quase metade do peso de um canguru adulto —, depois de ter sido tosquiada pela primeira vez em mais de um ano.
Aparentemente, Baarack já teve um dono no passado, pois tinha sido marcada nas orelhas.
Embora os seus cascos estivessem em perfeito estado por correr pela floresta, Baarack estava um pouco doente. Tinha peso a menos e, por causa da lã, mal conseguia ver.
De acordo com Kyle Behrend, um elemento da Edgar’s Mission Farm Sanctuary, que a resgatou, “as ovelhas precisam de ser tosquiadas pelo menos uma vez por ano ou a lã continua a crescer e a crescer, até chegar a este ponto.” Após a tosquia, a lã de Baarack pesava 35,4 quilos.
Baarack está, agora, a ambientar-se às outras ovelhas resgatadas que vivem na instituição. “Tudo isto prova o quanto resilientes e corajosas são as ovelhas,” conclui Kyle Behrend.
Fonte: PÚBLICO, fevereiro 2021.
Sob o gelo da Antártica
Biologia | 15-02-2021
Investigadores descobriram acidentalmente “criaturas estranhas” numa grande pedra no fundo do mar, semelhantes a esponjas e de espécies potencialmente desconhecidas.
Uma expedição científica descobriu novas espécies sob as plataformas de gelo da Antártica, o que indicia que há mais vida do que a esperada num dos maiores habitats marinhos por explorar, revelou o British Antarctic Survey (BAS).
A descoberta, apresentada num artigo científico publicado na revista Frontiers in Marine Science, evidencia que a vida marinha da Antártida consegue adaptar-se a um ambiente extremo.
Os cientistas perfuraram 900 metros na plataforma de gelo Filchner-Ronne, situada no sudeste do Mar de Weddell, a uma distância de cerca de 260 km do oceano aberto e sob completa escuridão, onde uma reduzida vida animal tinha já sido observada.
Quando perfuravam o gelo para recolher amostras de sedimentos, os investigadores atingiram uma rocha em vez da lama no fundo do oceano e observaram, através de imagens de vídeo, as estranhas criaturas.
As plataformas de gelo flutuantes representam o maior habitat inexplorado no Oceano Antártico. Cobrindo mais de 1,5 milhões de quilómetros quadrados da plataforma continental da Antártica, onde apenas uma área total semelhante ao tamanho de um campo de ténis foi estudada através de oito furos anteriores.
Fonte: Observador, fevereiro 2021.
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Cientistas descobrem potencial tratamento antiviral
Saúde | 03-02-2021
Experiências realizadas em células e em animais demonstram que a tapsigargina é um antiviral promissor contra o SARS-Cov-2.
Uma nova propriedade antiviral de um medicamento, a tapsigargina, foi descoberta por uma equipa internacional de investigadores, anunciou a Universidade de Nottingham, no Reino Unido.
Os resultados do estudo, publicados no boletim científico Viruses, demonstram que a tapsigargina é altamente eficaz não apenas contra o coronavírus SARS-CoV-2, que provoca a doença covid-19, mas também contra o vírus sincicial respiratório (VSR) e o influenza A.
O antiviral, derivado de uma planta tóxica, a Thapsia garganica (comum em zonas de mato no interior centro e no sul de Portugal), desencadeia uma resposta imune inata antiviral de amplo espetro centrada no hospedeiro. A substância é estável em PH ácido, como o que se encontra no estômago, o que significa que pode ser tomada por via oral, evitando as injeções ou o internamento hospitalar.
Os investigadores também concluíram que a tapsigargina é tão eficaz no bloqueio de uma infeção por vírus único como no de uma infeção combinada de coronavírus e influenza A.
Embora sejam necessários mais testes, as descobertas atuais indicam que a tapsigargina e os seus derivados são tratamentos antivirais promissores contra a covid-19 e o vírus da gripe comum, com potencial para nos defender de uma próxima pandemia.
Fonte: Expresso, fevereiro 2021.
Testa a tua compreensão com este quiz de escolha múltipla.
Kyuta é um rapaz que treina para ser lutador de sumo
Desporto | 21-01-2021
Entre os jovens lutadores de sumo, destaca-se um rapaz de 10 anos, Kyuta Kumagai. Com 85 quilos, tem o dobro do tamanho das outras crianças da sua idade e é tão dominante que luta contra rapazes cinco ou seis anos mais velhos.
Em 2020, sagrou-se campeão mundial de sumo sub-10. O regime de treino de Kyuta Kumagai, planeado pelo pai, Taisuke, é implacável. O rapaz treina seis dias por semana, no seu clube de sumo local ou fazendo levantamento de pesos. Também nada e pratica atletismo para desenvolver flexibilidade e rapidez, necessárias para a luta de sumo. Chega a competir contra rapazes cinco ou seis anos mais velhos.
Kyuta segue este programa desde que o pai o inscreveu num torneio enquanto ainda andava no infantário.
A chave para o sucesso de qualquer lutador de sumo é a dieta. Num dia normal, Kyuta consome entre 2700 a 4000 calorias, incluindo mais de um litro de leite e uma abundante quantidade de proteína. Bife é a sua favorita. O pai diz que Kyuta precisa de aumentar 20 quilos nos próximos dois anos. Se cumprir isso, há esperança de ser recrutado por um clube de sumo de elite.
Kyuta quer chegar ao nível de yokozuna – o mais alto do ranking no desporto.
Testa os teus conhecimentos sobre modalidades desportivas de origem oriental.
Bola de fogo avistada no céu no sul de Portugal
Astrofísica | 17-11-2020
Uma bola de fogo percorreu o sudoeste da Península Ibérica e foi observada a percorrer o céu a 227.000 quilómetros por hora. A luz, provocada por um meteoro, acabou por se extinguir no sul de Portugal.
O fenómeno foi detetado pelos sensores do projeto SMART, do Instituto de Astrofísica da Andaluzia (IAA-CSIC) e por dois observatórios astronómicos. Segundo a análise do principal investigador do projeto SMART, a bola de fogo foi registada às 3h49 do dia 17 de novembro. Os responsáveis pelo projeto compilaram o acontecimento em vídeo, onde mostram algumas imagens e explicam a sua localização.
O fenómeno foi provocado pela rocha de um asteroide, que entrou na atmosfera terrestre a uma velocidade de cerca de 227.000 quilómetros por hora. Devido à sua grande luminosidade, foi vista numa grande parte do sul e centro de Espanha. As imagens mais espetaculares gravaram-se em Sevilha, onde foi possível ver a rocha com uma cor verde-azulada e um aumento súbito de brilho converteu a noite em dia.
A colisão com a atmosfera fez com que a rocha se tornasse incandescente, gerando uma bola de fogo que começou a uma altitude de cerca de 132 quilómetros a oeste da Andaluzia. A partir daí, seguiu uma trajetória para oeste, extinguindo-se a cerca de 60 quilómetros de altitude a sul de Portugal.
Os detetores do projeto SMART operam no âmbito da Rede Meteorológica e de Observação da Terra do Sudoeste da Europa, que monitoriza continuamente o céu, com o intuito de registar e estudar o impacto na atmosfera terrestre de rochas de diferentes objetos do Sistema Solar.
Fonte: Observador, novembro de 2020.
Testa a tua compreensão com este quiz de escolha múltipla.
Escultura de baleia impede queda de metro na Holanda
Mundo | 02-11-2020
Uma escultura de plástico, instalada há quase 20 anos, impediu que o comboio caísse de uma altura de dez metros. O condutor, a única pessoa a bordo, conseguiu sair pelo próprio pé.
Foi uma escultura que evitou o pior quando uma composição do metro de Spijkenisse, cidade perto de Roterdão, na Holanda, galgou uma barreira de segurança no fim da linha. A escultura de baleia, feita em plástico, conseguiu impedir que caísse à água debaixo da plataforma e salvou a vida do condutor.
A carruagem ficou presa numa das barbatanas, a vários metros do solo, mas a situação criou alguma agitação no local. As autoridades foram chamadas a intervir para manter os transeuntes afastados.
Ainda assim, cerca de 50 pessoas estiveram no local no final da manhã de segunda-feira, enquanto os engenheiros tentavam descobrir como estabilizar e remover o comboio, tendo em conta os ventos fortes que se faziam sentir na zona.
Fontes: PÚBLICO; Observador.
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Com a ajuda de The Queen’s Gambit, o xadrez é a nova moda
Séries | 27-11-2020
Baseada no livro de 1983 de Walter Tevis, The Queen’s Gambit é uma série de sete episódios centrada em Beth Harmon, uma menina que sobrevive à mãe, à adoção e ao orfanato, revelando-se um prodígio do xadrez.
Protagonizada por Anya Taylor-Joy, a série mostra que ser inteligente é cool. “São sete horas em que eu cresço, jogo xadrez e combato os meus demónios,” afirmou a atriz numa entrevista. Entretanto, a sua jogada de mestre está a prender a atenção.
A vaga de novos entusiastas pelo xadrez, influenciados por The Queen’s Gambit para se tornarem no próximo Garry Kasparov, tem corrido ao comércio de retalho e a todo o tipo de entretenimento em torno do desporto. Uma empresa que vende tabuleiros de xadrez assistiu a um crescimento de 1000% nas vendas em outubro e há cada vez menos tabuleiros disponíveis para venda em supermercados e lojas de brinquedos.
Mas o fenómeno em torno da série não influencia apenas o mundo do xadrez. A história de Beth Harmon também retrata o modo como uma mulher ultrapassa um conjunto de dificuldades pessoais para ter sucesso num mundo completamente dominado pelos homens. “Ela compreende tão bem o seu génio que não entende por que é que alguém pensaria que o facto de ser rapariga a menoriza, o que é uma forma maravilhosa de interagir com o mundo”, explica a protagonista.
Fonte: PÚBLICO, novembro 2020.
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O besouro-de-ferro-diabólico
Ciência | 22-10-2020
Este escaravelho aguenta uma pressão de cerca de 39 mil vezes o seu peso, o equivalente a um ser humano de 90 quilos conseguir aguentar o peso de 280 autocarros de dois andares.
O besouro-de-ferro-diabólico (Phloeodes diabolicus) é capaz de sobreviver incólume mesmo depois de um carro lhe passar por cima. Os resultados de um estudo sobre estes insetos, que vivem no oeste dos Estados Unidos, foram recentemente publicados na revista Nature.
O besouro-de-ferro-diabólico é capaz de suportar mais pressão do que qualquer outro escaravelho não voador. Isto acontece porque as suas asas exteriores rígidas — a elitra — se fundiram, tornando-se ultrarresistentes.
Com técnicas avançadas de microscopia, testes mecânicos e simulações de computador, os investigadores conseguiram perceber quais os segredos de uma armadura tão resistente. Primeiro, as duas asas endurecidas estão fundidas numa estrutura ondulada quase como duas mãos de dedos cruzados. Segundo, a elitra é formada por camadas ricas em proteínas, que escamam quando pressionadas em vez de se quebrarem. Terceiro, a elitra tem vários tipos de ligações à parte de baixo do organismo, também rígida e que protege os órgãos, permitindo aliviar a tensão quando é pressionada.
Agora, os investigadores querem aplicar os mesmos princípios à engenharia para criarem ligações que sejam mais resistentes à tensão, da mesma maneira que a estrutura da elitra aguenta o tempo suficiente para o besouro-de-ferro-diabólico conseguir sobreviver a um predador.
Fonte: Observador, outubro de 2020.
Facto ou ficção? Faz este quiz para saberes mais sobre animais surpreendentes.
“A escola na sala de aula” é um direito que os alunos italianos reivindicam
Educação | 25-11-2020
O artigo 26.º da Declaração Universal dos Direitos Humanos consagra o direito à educação. Deves poder aprender uma profissão ou estudar o que quiseres.
A primeira foi Anita, de 12 anos, mas por estes dias são pelo menos algumas centenas, por toda a Itália. Com os seus computadores portáteis, tablets ou telefones, canetas e cadernos, a maioria senta-se no chão o mais perto possível da sua escola e ali fica, a seguir as aulas online. No dia 23 de novembro, milhares de estudantes e pais uniram-se ao seu protesto e organizaram manifestações em várias cidades italianas para exigir a reabertura das escolas e o regresso das aulas presenciais.
A região de Piemonte foi classificada como “zona vermelha” a 6 de novembro e, para Anita Iacovelli, que vive em Turim, isso significava um regresso ao ensino à distância e aos dias passados sozinha diante de um ecrã. Só que, desta vez, Anita recusou ficar em casa. “Ela não pediu realmente a minha opinião… Disse-me: ‘vou para a porta da minha escola’”, conta a mãe de Anita, Cristiana Perrone, que todos os dias acompanha a filha até ao Instituto Niccolò Tommaseo.
Anita leva uma cadeira cor-de-rosa e uma secretária, o tablet, um bom agasalho e o que mais lhe faz falta, sem esquecer o cartaz onde se lê: “Presente! A escola na sala de aula é um direito nosso. Prioridade à escola!”. Passados uns dias, passou a ter a companhia da sua colega Lisa, depois veio outra colega, Maia, e agora também por lá aparecem alunos de uma escola vizinha.
“Quando anunciaram que as escolas iam fechar percebi que não podia aguentar outro ano de ensino a distância. É difícil concentrar-me diante do computador”, explica Anita. “Sinto falta de tudo na escola: das aulas presenciais, de olhar os professores nos olhos, da companhia dos meus colegas, de me levantar de manhã e de me preparar para a escola, em vez de ficar em casa em pijama à frente do computador.”
Atualmente, o ensino a distância (DAD, “didattica a distanza”) afeta uma grande percentagem dos alunos do secundário, mas também do básico e do ensino superior. E os protestos – entretanto conhecidos como “Prioridade à Escola”, “Stop DAD” ou “Schools for future” já incluem alunos de muitas idades.
Fonte: PÚBLICO, 25 de novembro de 2020.
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Ruínas de Machu Picchu reabrem para um único turista
Mundo | 13-10-2020
A cidade perdida dos Incas” é uma cidade pré-colombiana, localizada no topo de uma montanha, a 2400 metros de altitude, no vale do rio Urubamba, atual Peru. Foi construída no século XV.
O governo peruano decidiu reabrir o sítio arqueológico de Machu Picchu para receber um único turista: Jesse Katayama. O japonês tinha viajado até ao Peru para cumprir o sonho de visitar as ruínas incas mas, tal como milhares de viajantes em todo o mundo, foi apanhado de surpresa pela pandemia.
Um dia antes da data marcada no seu bilhete de entrada em Machu Picchu, o governo peruano declarou o estado de emergência no país e as visitas ao sítio arqueológico foram encerradas, mas Katayama decidiu esperar, e esperar, no sopé da montanha. Quase sete meses depois, Machu Picchu reabriu só para ele.
Katayama, de 26 anos, professor de boxe em Osaka, tinha planeado ficar apenas uns dias no Peru, antes de prosseguir viagem. Com o encerramento das fronteiras, decidiu ficar na cidade de Aguas Calientes, localizada no sopé da cordilheira, na expetativa de vir a visitar o sítio arqueológico.
“Ia correr todas as manhãs e conseguia ver Machu Picchu à distância”, contou à CNN. “Pensei que nunca chegaria a visitá-lo, porque esperava que não reabrisse ainda este ano. Mas estava bem com isso, porque me diverti muito aqui.”
No entanto, 210 dias depois e com a ajuda de uma empresa de turismo local, Katayama apresentou um pedido especial ao governo, que acabou por ser aceite.
Quase sete meses depois, seria o primeiro turista a visitar a cidadela construída há mais de 500 anos e a ter o monumento arqueológico quase só para si. “Isto é tão incrível. Obrigado”, diz num vídeo gravado no topo da montanha, entre as ruínas incas.
Ao longo dos últimos meses, acabou por fazer amigos na cidade e até a dar aulas de boxe a algumas crianças locais. A data de regresso ao Japão já está marcada: 16 de outubro.
Fontes: PÚBLICO; CNN Travel.
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PSP alerta para a circulação de notícias falsas
Redes sociais | 09-10-2020
Pesquisar sobre a fonte da informação é um dos conselhos apontados pela polícia. O relato de factos que não ocorreram aumenta a desinformação e um sentimento de insegurança na sociedade.
A Polícia de Segurança Pública (PSP) alertou, no dia 9 de outubro, para a circulação, sobretudo nas redes sociais, de alertas falsos sobre crimes que causam alarme social e pediu à população para verificar sempre a fonte da informação para não ser enganada por boatos.
Em comunicado, a PSP diz que se mantém atenta aos fenómenos criminais e, sempre que se justifica, alerta a população e apresenta comportamentos de prevenção, apelando à denúncia de crimes de que se tenha conhecimento.
“Estas publicações, cuja origem se desconhece, relatam factos que não ocorreram e criam o alarme social, gerando um sentimento de insegurança na população. Além disso, uma vez que estes falsos alertas não possuem qualquer suporte real, acabam por desinformar a população”, explica.
Sublinhando que “o boato não é informativo”, a PSP aconselha a fazer sempre uma pesquisa sobre a fonte da informação, para perceber se é credível, a ler toda a história, pois alguns títulos apelativos podem induzir em erro, e a verificar o autor.
Deve-se ainda verificar se a mesma informação é divulgada por fontes oficiais, confirmando a data, pois por vezes a informação que circula está desatualizada.
Fonte: PÚBLICO, outubro 2020.
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Prémio Nobel da Física 2020
Nobel da Física | 06-10-2020
Roger Penrose, Reinhard Genzel e Andrea Ghenz foram distinguidos com o Prémio Nobel da Física.
A Academia Real das Ciências da Suécia anunciou os galardoados na manhã do dia 9 de outubro. O evento foi transmitido através das redes sociais e pôde ser seguido em direto. A distinção é entregue anualmente a quem mais tenha contribuído para o desenvolvimento e conhecimento da física.
Em 2020, o Prémio Nobel da Física foi atribuído a Roger Penrose pela “descoberta de que a formação de buracos negros é uma predição robusta da Teoria da Relatividade Geral”; e a Reinhard Genzel e Andrea Ghenz “pela descoberta de um objeto compacto supermassivo no centro da nossa galáxia”.
Roger Penrose provou que os buracos negros — as regiões do espaço-tempo em que o campo gravitacional é tão intenso que nada, nem mesmo a luz, lhe escapa, — são uma consequência direta da Teoria da Relatividade Geral de Albert Einstein.
Foi Penrose quem, muito depois da morte de Einstein, descreveu pela primeira vez os buracos negros como singularidades: pontos no espaço cuja dinâmica não pode ser completamente compreendida porque todas as leis da física se quebram.
O prémio é partilhado com Reinhard Genzel e Andrea Ghez, dois astrónomos que estudaram a Sagitário A*, uma região no centro da Via Láctea onde habita um “objeto supermassivo”, com a massa de quatro milhões de sóis concentrada num espaço não maior que o Sistema Solar, que obriga as estrelas a moverem-se a velocidades estonteantes. Fizeram-no utilizando tecnologia de ponta que lhes permitiu olhar para uma região coberta de gases e poeiras interestelares.
Fonte: Observador, outubro 2020.
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Recorde de explosões
Mundo | 16-09-2020
Em agosto de 2020, a explosão de 2750 toneladas de nitrato de amónio no porto de Beirute, Líbano, provocou um imenso cenário de devastação, no entanto, já ocorreram explosões maiores, algumas envolvendo nitrato de amónio, superiores à de Beirute, umas no número de vítimas, outras na energia libertada.
A instabilidade do nitrato de amónio, utilizado habitualmente como base de fertilizantes, provocou uma série de acidentes industriais com muitas centenas de vítimas.
1916— No dia 2 de abril, no paiol de uma fábrica de munições na região de Kent, em Inglaterra, um incêndio provocou a explosão de uma mistura de nitrato de amónio e dinamite donde resultaram 115 mortos, incluindo a totalidade dos bombeiros que combatiam o sinistro.
1917 — A maior explosão não nuclear de todos os tempos aconteceu na Flandres, durante a I Guerra Mundial. No quadro da ofensiva britânica do verão de 1917, sapadores minaram o subsolo da colina de Messines, na Bélgica, com o objetivo de eliminar as posições fortificadas alemãs construídas no topo da “colina 60”. Foi preparada uma dezena de minas com uma carga explosiva total de 500 toneladas de dinamite, para explodirem de forma sequencial. O general Harington disse na véspera da deflagração: “Não sei se vamos mudar a História mas de certeza que vamos mudar a geografia”. Às primeiras horas de 7 de junho, a colina 60 foi completamente pulverizada. Apenas a mina de La Petite Douve não deflagrou e lá se mantém, mais de 100 anos depois, nas profundezas de verdejantes campos de milho, julga-se que inativada. Morreram dez mil soldados alemães na explosão e os sobreviventes ficaram de tal maneira abalados que não esboçaram qualquer resistência à passagem da força de assalto britânica. A guerra duraria até novembro do ano seguinte.
1921 — A 21 de setembro na fábrica da BASF de Oppau, a sul de Frankfurt, Alemanha, a utilização imprudente de explosivos para desagregar um bloco de milhares de toneladas de sulfato e nitrato de amónio, provocou uma explosão que matou meio milhar de pessoas e foi ouvida em Munique a 300 km.
1947 — No dia 16 de abril ocorreu uma tragédia da mesma ordem de grandeza (energia libertada e número de mortos) no porto norte-americano de Texas City na sequência da explosão de 2100 toneladas de nitrato de amónio armazenadas nos porões do cargueiro francês “Grandcamp”.
2001 — A 21 de setembro a explosão de 300 toneladas de nitrato de amónio na fábrica AZF de Toulouse, no sul de França, matou 31 pessoas.
No Quénia, as galinhas invadiram uma sala de aulas
Mundo | 12-09-2020
Devido à pandemia de covid, as escolas do Quénia tiveram de fechar as portas. Em Wang’uru, nasceu um galinheiro numa antiga sala de aulas.
É desanimador”, diz James Conhall, o diretor de uma escola em
Wang’uru, no Quénia, que encerrou portas em março. Os lugares que
costumavam ser ocupados por crianças em aulas, estão agora ocupados por
galinhas.
Existem cerca de 11 mil escolas privadas no Quénia. Sem alunos, os
estabelecimentos de ensino não têm como pagar aos 158 mil professores
que delas dependem e se encontram em licença sem vencimento.
“Rapidamente pensei em ocupar as salas de aulas e a ideia que tive foi a
de criar galinhas”, explica o diretor. Além dos galinheiros, a escola
converteu o seu campo de jogos numa grande horta, onde um dos
professores se ocupa a tempo parcial.
Apesar da perda de 155 mil euros registada este ano, a escola de Wang’uru tem
conseguido, graças à criação de galinhas e cultivo hortícola, pagar salários
parciais aos seus professores. “As escolas privadas têm de pensar ‘fora da
caixa’ e aprender que nunca devem depender exclusivamente das crianças”, alerta
Conhall. “Devem ter projetos paralelos de apoio; assim, caso a escola feche a
porta, existe sempre uma saída.” As escolas do Quénia deverão permanecer
encerradas até janeiro de 2021.
Fonte: PÚBLICO, setembro 2020.
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“The truth is rarely pure and never simple.” – Oscar Wilde