A Páginas Tantas
Informação e desinformação
A informação – e também a desinformação – aparece atualmente nos ecrãs de todos sem a procurarmos, proveniente de fontes que não conhecemos e que não oferecem garantias de segurança.
A desinformação não é um fenómeno novo. Desde a antiguidade que é um método de manipulação com motivações políticas, militares ou económicas. E ainda hoje o próprio jornalismo é ameaçado por poderes e interesses que procuram colocar em causa a qualidade e a verdade da informação veiculada.
Com o aparecimento da internet e o desenvolvimento das tecnologias de informação e das redes sociais, a desinformação tornou-se um fenómeno mais intenso, disseminado e fácil de produzir, colocando em risco a qualidade da informação consumida pelos cidadãos em contexto democrático.
O impacto do fenómeno obriga a que cada um tenha instrumentos que ajudem a distinguir a informação fidedigna da falsa.
Fake news
O termo fake news (“notícias falsas”, em inglês) massificou-se e é
muitas vezes usado como sinónimo de desinformação e de manipulação de
informação. Contudo, há jornalistas que se recusam a usar esta expressão
porque uma notícia é, por definição, o conhecimento e transmissão de um
facto real, logo, é algo que não pode ser falso.
Até à chegada da internet, as notícias eram dadas ao mundo pelos órgãos de comunicação social – os jornais, as rádios e as televisões. Hoje, as pessoas tendem a classificar como “notícia” tudo o que leem na internet, mesmo quando essa informação lhes chega através de um amigo ou mesmo de um desconhecido.
Num sentido mais restrito, fake news são informação manipulada (parcial ou totalmente falsa), que procura confundir-se com as notícias produzidas por órgãos de comunicação social, e que tem por objetivo enganar as pessoas e levá-las a apoiar ou a combater realidades políticas, desacreditando dirigentes, partidos, instituições públicas, órgãos de soberania ou regimes.
Com o avanço tecnológico e a democratização do acesso à informação e aos sistemas de informação, esta chega-nos sem passar por qualquer processo de escolha, filtragem ou seleção. Qualquer pessoa com acesso à internet, em qualquer lugar, pode transmitir informações (“notícias”), falsas ou verdadeiras, para um volume enorme de outras pessoas.
A informação, para ser isenta, factual e independente de qualquer tipo de interesses, tem que passar por um processo de verificação, descodificação e enquadramento prévios. Uma notícia verdadeira é construída com factos e assenta numa linguagem neutra e objetiva que tem por finalidade informar as pessoas – e não “inflamar” emoções.
As fake news não dependem da realidade, dos factos objetivos. Dependem apenas da criatividade e da intenção de quem as produz.
Fonte: Cidadão ciberinformado [MOOC]. NAU. https://lms.nau.edu.pt/
“The truth is rarely pure and never simple.” – Oscar Wilde