Jornal Escolar AE Muralhas do Minho | 2023-2024
Contos Imperfeitos: fevereiro
Escrita Criativa | 15-02-2024
Através de simples palavras recortadas de jornais diários, nasceu a segunda edição de Contos Imperfeitos.
A Arte da Bondade
Catarina Rodrigues, 10.º B
Numa fria noite de dezembro, uma família de portugueses chega ao tão cobiçado destino, Paris, em busca de uma vida melhor. Desta humilde família fazia parte o pequeno Alfredo, um menino inocente, apaixonado pela arte. Nunca saíra de Gondomar, a sua cidade natal. E sem sequer se aperceber do que estava a acontecer, chegara ao lugar onde iria passar os próximos anos da sua vida.
Quando, finalmente, decide tirar o nariz do bem que mais estimava, o seu adorado caderno de garatujas, apercebe-se que o mundo em volta dele mudara. Os edifícios eram diferentes, as pessoas que passavam na rua envergavam roupas mais elegantes do que as que estava habituado a ver. Os cheiros, as luzes, até as flores... nada era igual.
O tempo voou, e quase que como de um dia para o outro, Alfredo havia-se tornado um dos homens mais bem-sucedidos de França, dono da mais prestigiada empresa do país. No entanto, algures no processo de se tornar esse homem, perdeu todos os seus valores, tendo esquecido por completo o pequeno Alfredo. Passou, assim, a ser um homem apático, arrogante e ganancioso, deixando também a sua inigualável paixão pela arte para trás.
Porém, no que parecia ser um dia como qualquer outro, Alfredo sofre um terrível acidente que o obriga a deixar de trabalhar durante seis meses. Durante esses seis meses, pensa e repensa no seu percurso. Apercebendo-se, assim, do poder nefasto que o dinheiro e a ganância haviam tido sobre ele ao longo de todos aqueles anos: por muito que tivesse tudo o que muitas pessoas sonham algum dia ter, não era feliz, pois para chegar aonde estava naquele momento havia deixado para trás quem realmente era.
Após ter chegado a esta conclusão, decide que vai mudar. Finalmente, volta a dar asas ao espírito criativo que vivia há tanto tempo encurralado dentro de toda aquela amargura. Volta a pintar, desenhar, observar... e como efeito da retoma destes velhos doces hábitos volta a ver o mundo à sua volta com os olhos do pequeno Alfredo. O mesmo que via tudo de uma forma terna e entusiasta. Que achava que o maior dom que nos podia ser dado era a bondade, e que acreditava que através da arte iria mudar o mundo. Por muito que parecesse impossível, após aqueles seis meses de procura por mudança, Alfredo voltou a ser um homem generoso e modesto. Um homem que todos amavam e admiravam. Neste tempo de crescimento pessoal, criou uma fundação que visa conceder apoio monetário a todos os necessitados, ajudar jovens artista nos seus percursos… Associação na qual usa de forma positiva tudo o que havia construído ao longo dos anos para tentar concretizar o desejo do pequeno Alfredo de mudar o mundo. Desta forma a associação “L’art de bonté”, em português “A arte da bondade”, só neste último ano arrecadou cerca seis mil milhões de euros. Tendo tirado 10% dos sem-abrigo de França da rua, pago dívidas de associações de apoio a jovens artistas que estavam perto de fechar, organizando palestras sobre crescimento pessoal e valores, ajudando associações de bairro, entre muitas outras coisas.
Alfredo Bragança mostra-nos, desta forma, que nunca é tarde demais para mudar. E que acima dos bens ou poderes que possamos possuir o mais importante é o que temos dentro de nós. O que pode até parecer um conceito básico, mas que, muitas vezes, acaba por ser esquecido, após tantos anos a lutar para “ser alguém”. O valor de um coração puro torna-nos mais ricos como pessoas do que qualquer empresa ou negócio bem sucedido.
Assim, Alfredo voltou a apaixonar-se pela vida e por todas as coisas lindas que ela nos dá, é agora mais rico do que alguma vez já foi. A bondade é a verdadeira chave para o sucesso.
Emboscada ao ladrão do banco
Gonçalo Pires, n.º 6, 10.º B
Num dia quente de verão, José e Fernando estavam numa esplanada na cidade de Matosinhos, a conversar sobre um roubo a um banco que iriam fazer. No momento em que o José começou a falar do plano, no qual o Fernando estava muito interessado, chegaram mais três amigos: o João, o Pedro e o Tiago, que iram ajudar a concretizá-lo.
Depois de os três amigos se instalarem na esplanada, José começa a desvendar o plano. Começa por falar em alguns equipamentos, que teriam de levar para serem bem-sucedidos, como máscaras, bombas e armas de fogo. Depois disso, os outros perguntam-lhe como iriam arranjar tais coisas, algo a que José não soube responder, mas alertou-os que só teriam uma semana para arranjar o material. Os outros não concordaram, mas, depois de negociarem, José conseguiu convencê-los. Logo a seguir, discutiram como iriam entrar. José disse que era só entrar pela garagem do prédio do banco, demolir as portas para chegar ao cofre, pegar no dinheiro e ir embora. Os outros mostraram-se receosos, mas aceitaram o planeado com tranquilidade.
Uma semana depois, enquanto se preparavam, o João pergunta ao Pedro se este assalto tão arriscado compensaria. Pedro respondeu prontamente que sim, pois ficariam com muito dinheiro. João tinha medo se ser emboscado. Mais sossegado, arrancou rumo ao banco que iriam invadir. Quando chegaram, começaram a concretizar o plano de José.
Dentro do banco, estava, juntamente com os outros clientes, um ministro, que era adorado pelo povo e torná-lo refém foi uma mais-valia. Assim o fizeram.
Depois de libertarem o ministro e de saírem do banco, todos ficaram livres, exceto um, o José, que foi detido mais tarde, pois havia deixado cabelos, que permitiram a sua identificação. No entanto, mostrou sempre alegria, pois tinha muito dinheiro para pagar a fiança. Já o resto do grupo nunca teve problemas com a polícia. Viveram o resto a vida sem problemas, o que aconteceu também com José que, depois daquele percalço, passou o resto da vida bem.
A feira proibida
Daniela Purificação, 10.º B
Uma vez por mês, numa cidade do norte de Portugal, havia uma grande feira, onde se vendia todo o tipo de utensílios, desde os caducos aos bastante modernos, o que despertava o interesse da população.
Mal entrara o mês de maio, a família Ribeiro, que acabara de se mudar, dirigiu-se à famosa feira, pois gostavam de conhecer a região e os seus costumes.
Quando chegaram ao seu destino, depararam com o ambiente alegre que a feira proporcionava. Havia inúmeras barracas, muita música e dança típica da região, e, acima de tudo, muito convívio. O recinto encantou logo a família, o que os motivou a dar uma espreitadela.
Depois de uma hora e meia de longas compras, a família encantou-se com o ambiente e com as pessoas. No entanto, como a feira se localizava ao lado de umas obras, com uma resistência duvidosa, a polícia pediu a todos os indivíduos que se retirassem, para sua proteção, mas, como as pessoas eram deveras defensivas e teimosas, recusaram-se a abandonar a feira, pois esta só se repetiria dali a um mês. A família ali permaneceu também. Com o decorrer da tarde, a polícia fez o seu melhor para expulsar a multidão inúmeras vezes, mas todas as tentativas saíram falhadas, miseravelmente!
Faltando cerca de quarenta minutos para o encerramento da feira, a obra desabou, causando quatro feridos. A polícia, bastante enfurecida por não ter sido ouvida nem obedecida, proibiu a realização da feira por um período de seis anos, como consequência da teimosia dos habitantes. A população pediu imensa desculpa, mas sem êxito, abandonando imediatamente o recinto.
A família Ribeiro, e as suas novas aquisições, voltam para a sua habitação, mas, apesar de tudo, apaixonam-se pela nova terra e mal podem esperar que os seis anos passem para uma nova ida à feira.
A injustiça
Tomás Gomes, 10.º B
Numa pequena cidade europeia, durante a movimentada época eleitoral, um homem chamado André vê-se envolvido num processo angustiante. Ele foi acusado de prevaricação, um grande golpe para alguém que sempre defendeu a imparcialidade e a justiça.
A polémica começou quando uma garrafa de vinho branco, conhecida por conter ingredientes que poderiam mudar o resultado da eleição, apareceu misteriosamente em sua casa durante uma degustação de vinho. André, um firme defensor da ética, ficou chocado ao ser responsabilizado por tais ações.
André, determinado a limpar o seu bom nome, continua em busca da verdade. Com a ajuda de amigos de confiança e evidências poderosas, ele descobre que a garrafa de vinho foi colocada em sua casa por alguém com interesses ocultos para incriminá-lo injustamente.
Depois de um longo e difícil processo, a verdade foi reposta. É claro que André é inocente e foi vítima de uma conspiração maligna. A sua comunidade simpatizou com a injustiça vivida e uniu-se para apoiar a sua causa.
No dia do julgamento, André foi finalmente considerado inocente de todas as acusações. A sua integridade foi reposta, e ele aprendeu que, embora o processo tenha sido desgastante, a verdade prevaleceu.
A cidade celebrou a vitória da justiça e da honestidade, e André pôde retomar sua vida com dignidade e honra.
Ann, a pequena bruxa
Sara Esteves, 10.º B
Há muitos anos, vivia uma bela jovem rapariga chamada Ann. Tinha longos cabelos castanhos que costumava prender numa trança e olhos azuis que contrastavam com os vestidos pretos que normalmente usava. Ann tinha criado um lar numa humilde casinha na orla de uma vila da qual tinha conseguido esconder a sua identidade de bruxa.
Ela ficara encarregada de se esconder até ao regresso da sua mentora, que tinha sido aprisionada devido às suas atividades de bruxaria. Ann vivia sozinha com a sua serpente de estimação, Filipa, até que ela voltasse.
Os habitantes da vila sabiam muito pouco sobre Ann, visto que ela apenas saía de casa semanalmente, para ir à biblioteca, ao bosque e ao mercado para comprar comida. Ela não tinha falado com quase ninguém desde que chegara à cidade e muitos teorizavam que era uma princesa que fugira do reino de onde vinha. Consequentemente, muitos rapazes faziam apostas para ver quem conseguiria chegar ao seu coração primeiro e tornar-se príncipe.
Ann gostava desta vila, pois tinha um vasto passado com bruxas e havia muitas ruínas e relíquias mágicas para estudar. Exatamente no centro da cidade erguiam-se as colunas altas do que outrora fora um castelo, que deixava escondido um enorme sistema de túneis subterrâneos que passavam por quase toda a vila. Esses túneis eram o local favorito de Ann.
Durante um Verão, ficou farta de esperar sem fazer nada. Por todos os reinos, nesta altura, era organizado o festival dos Reis Magos, que celebrava a vitória dos humanos sobre as bruxas. O festival consistia num desfile de pessoas em trajes de feiticeiros ou bruxas a atirarem rebuçados para as multidões, simulando feitiços. Mais tarde era acesa uma enorme fogueira, onde se queimavam esses espantalhos a usar os mesmos trajes. Claramente, nenhuma bruxa era fã deste festival e para Ann era a maior atrocidade do mundo. Não só era um insulto a si própria como para todos os que tinham morrido queimados, e ainda usavam como palco para esta barbaridade as ruínas do castelo que ela tanto adorava.
Ann reuniu alguns ingredientes numa bolsa, os seus poucos pertences numa mochila preta de couro, levando a pequena Filipa num bolso do seu vestido. Entrou nos túneis subterrâneos através de uma abertura secreta na sua casa e caminhou até ao centro do sistema, que ficava diretamente por baixo das ruínas do castelo. No local havia um grande pedregulho com a forma perfeita de uma esfera. Este continha uma enorme quantidade de magia e tinha sido criado com o propósito de ser utilizado como defesa, mas Ann pretendia utilizá-lo de outra forma.
Na altura do desfile, Ann fez as preparações para o seu feitiço. Assim que quebrasse o selo, a magia que estava aprisionada ir-se-ia manifestar e destruir a vila. A bruxa pronunciou o feitiço e a superfície perfeita da pedra começou a rachar. Ann conjurou um feitiço de proteção para si e correu pelos túneis até sair num poço seco fora da vila.
Ann virou-se para ver todas as casas, moinhos e torres serem completamente engolidas por chamas à distância. Desamarrou o grande cavalo cinzento que tinha deixado perto do poço e fez-se à estrada…
Cabelos de milho
Diogo Fernandes, 10.º B
Numa pequena aldeia portuguesa, situada entre colinas verdejantes e campos dourados, vivia um homem chamado Manuel. Manuel era conhecido na aldeia não apenas pela sua barba longa e grisalha, mas também pela habilidade culinária que o tornava famoso por preparar o melhor cozido à portuguesa da região.
Um dia, Manuel decidiu fazer algo diferente para surpreender os habitantes da aldeia. Ele estava cansado da rotina e sentia a necessidade de inovar. Enquanto cortava os ingredientes para o cozido, teve uma ideia que o fez sorrir: adicionar um toque especial ao seu prato tradicional. Foi então que ele resolveu incorporar um ingrediente único – cabelos de milho. Esses cabelos dourados seriam a sua contribuição para tornar o cozido à portuguesa ainda mais especial.
Enquanto mexia a panela, Manuel refletia sobre como aquela pequena mudança poderia facilitar a aceitação de algo novo pela comunidade. Ele queria que as pessoas percebessem que a tradição e a inovação podiam existir, enriquecendo a experiência culinária de todos.
A notícia sobre o cozido à portuguesa de Manuel com o toque inusitado espalhou-se rapidamente pela aldeia. Curiosos, os habitantes foram experimentar a nova versão do prato tradicional. Ao saborearem o cozido, muitos ficaram surpreendidos com a deliciosa combinação dos ingredientes, incluindo os cabelos de milho, que adicionavam uma textura única e um sabor suave.
Manuel ganhou elogios e aplausos, tornando-se ainda mais respeitado na aldeia. A sua inovação provou que a mudança pode ser positiva e que é possível ganhar a aceitação ao incorporar elementos novos em tradições antigas.
A partir desse dia, o cozido à portuguesa de Manuel, com cabelos de milho, tornou-se uma tradição moderna na aldeia. As pessoas aprenderam que é importante valorizar a herança cultural, mas também abrir espaço para a criatividade e a novidade. Manuel, com sua barba orgulhosa, tornou-se o símbolo da harmonia entre passado e presente, mostrando que, às vezes, basta um pequeno toque de inovação para transformar o comum em algo extraordinário.
Descobrir as raízes de Portugal
Tiago Garceis, n.º16, 10.º B
Numa pequena aldeia na Lapónia, vivia um jovem chamado Pedro. Ele era fascinado pela História de Portugal e sempre sonhou em explorar o seu país de origem. Um dia, decidiu embarcar numa aventura emocionante para descobrir a primeira muralha de Portugal, conhecida como “Aqui nasceu Portugal”.
Pedro preparou-se para a viagem, pegou no seu transporte favorito, uma bicicleta vermelha e, com uma mochila às costas, cheia de água e lanches, começou a pedalar pelo caminho sinuoso que o levaria até à muralha. Enquanto pedalava, Pedro sentia o vento frio do inverno a bater-lhe no rosto, mas o seu entusiasmo mantinha-o quente.
A paisagem ao redor era simplesmente deslumbrante. Montanhas cobertas de neve estendiam-se até onde a vista alcançava, enquanto pinheiros majestosos se erguiam orgulhosamente ao longo do caminho. Pequenos riachos congelados brilhavam sob o sol, criando um espetáculo mágico.
Finalmente, após horas de pedalada, Pedro chegou à muralha. Ela erguia-se imponente, com pedras antigas que contavam histórias de batalhas e conquistas passadas. Ao entrar na antiga cidade, Pedro sentiu-se como se estivesse a viajar no tempo. Ele explorou as ruas estreitas, admirando a arquitetura antiga e imaginando como seria a vida naquela época.
Depois de visitar a muralha, Pedro decidiu fazer uma pausa merecida. Encontrou uma acolhedora cozinha local, onde o aroma de pratos tradicionais enchia o ar. Sentou-se numa mesa de madeira rústica e pediu um prato típico da região. Saboreou cada garfada, apreciando a combinação de sabores e especiarias únicas.
Enquanto desfrutava da deliciosa refeição, Pedro conheceu um grupo de habitantes locais que estavam ansiosos para partilhar histórias e lendas da região. Eles contaram ao Pedro sobre a rica história da muralha e como ela desempenhou um papel importante na formação de Portugal.
Pedro ficou fascinado com cada palavra que ouvia. Apercebeu-se que a sua aventura não era apenas sobre a descoberta física da muralha, mas também sobre a descoberta da história e cultura do seu país de origem.
Após o almoço, Pedro decidiu explorar mais a cidade. Visitou uma pequena loja de artesanato local, onde encontrou belas peças feitas à mão, como cerâmica e tapeçaria. Não resistiu e comprou uma lembrança para levar consigo e lembrar-se desta viagem especial.
À medida que o dia chegava ao fim, Pedro sentiu-se grato por ter tido a oportunidade de explorar e aprender mais sobre a sua herança. Ele sabia que esta seria apenas a primeira de muitas aventuras que ele teria em Portugal.
E assim, Pedro despediu-se da muralha, desceu as colinas de bicicleta e voltou para casa, com o coração cheio de histórias para contar e memórias para guardar.
Deserto intrigante
Inês Esteves, 10.º B
Numa manhã fria de janeiro, um grupo de amigos decidiu fugir do frio que estava no norte de Portugal. Partiram para o deserto do Saara em busca de aventura e perigo.
A areia quente e o sol escaldante recebiam-nos, enquanto adentravam o vasto deserto. Caminharam por horas, maravilhados com a imensidão e a complexidade da paisagem. As dunas estendiam-se até onde os olhos podiam alcançar, criando um cenário de tirar o fôlego. A cada passo, a sensação de estar num lugar tão diferente do seu quotidiano aumentava. Enquanto exploravam o ardente deserto, os amigos depararam-se com um oásis escondido, um verdadeiro refúgio na aridez do deserto. A água cristalina da lagoa convidava-os para um mergulho refrescante. Ali, sentaram-se à sombra das palmeiras e compartilharam histórias, risadas e momentos de profunda conexão. A noite chegou e, com ela, um céu estrelado e sem nuvens. Os signos do zodíaco brilhavam intensamente, despertando a curiosidade dos amigos. Sentados em volta de uma fogueira, começaram a discutir a influência dos signos em suas vidas e a complexidade que eles traziam. Enquanto conversavam, um guia local aproximou-se e contou-lhes uma antiga lenda sobre um tesouro perdido nas profundezas do deserto. Intrigados, os amigos decidiram embarcar na busca pelo tesouro, enfrentando os desafios e perigos que o deserto reservava.
Durante a jornada, enfrentaram tempestades de areia, labirintos de dunas e a incerteza do desconhecido. Mas a determinação e a amizade unia-os e mantinha-os firmes na busca pelo tesouro. Cada um usava suas habilidades únicas para superar os obstáculos, enquanto a maré do deserto os guiava em direção ao seu objetivo.
Após dias de busca exaustiva, finalmente encontraram-no. O guia tinha-lhes revelado o grande mistério, mas quando foram a abrir a caixa que guardava o tesouro, ficaram desiludidos: depararam-se com nada! O tesouro, na realidade, não existia, era só uma lenda em que todos acreditavam e muitos tinham morrido só para o tentar encontrar.
Entre Flores e Sabores no Porto
Eliana Alves, 10.º B
Havia uma pequena cidade à beira do Porto, onde flores coloridas enchiam os jardins e as praças. As famílias locais reuniam-se nos fins de semana, passeando pelos becos históricos e apreciando a arquitetura encantadora que contava a história da região. Entre os sons suaves da Rua Santa Catarina e o aroma delicioso de pratos locais, uma atmosfera acolhedora envolvia a comunidade.
Num aconchegante restaurante, no coração da cidade, as mesas estavam decoradas com uma variedade de flores frescas e cada uma contava a sua própria história, através de pétalas e cores vibrantes, proporcionando um toque elegante ao ambiente. Era um local onde o tempo parecia abrandar, e a vida quotidiana transformava-se em algo mágico.
No Porto, a tradição não era apenas preservada, mas também celebrada. O governo local incentivava festivais anuais que destacavam a rica herança cultural da região. Esses eventos reuniam as famílias da cidade e das áreas circunvizinhas, fortalecendo os laços comunitários. Naquela noite, duas famílias encontraram-se para celebrar uma ocasião especial e enquanto se acomodavam, o aroma sedutor de pratos locais começou a espalhar-se pelo ambiente. Sentados ao redor de uma mesa repleta de iguarias locais, compartilhavam risos e conversas animadas, enquanto degustavam um prato com carne grelhada, batatas douradas e couves crocantes. Cada garfada era uma homenagem aos sabores autênticos da região e uma celebração dos ingredientes cultivados localmente. A refeição era uma verdadeira obra-prima. No restaurante, a música ao vivo começou a preencher o espaço, proporcionando uma trilha sonora encantadora para a noite. Melodias suaves de fado, o género musical tradicional português, envolviam as mesas, transformando o ambiente numa experiência ainda mais sensorial.
Mas antes de irem para esse jantar magnífico, eles percorreram as ruas, e descobriram pequenas lojas que vendiam artesanato local e lembranças feitas à mão. Cada objeto contava uma história única, um reflexo da habilidade artística que premeia a comunidade. A cidade, com suas fachadas pitorescas e praças aconchegantes, parecia um cenário de conto de fadas. As luzes cintilantes dos lampiões de rua lançavam sombras suaves sobre as calçadas de paralelepípedos, criando um ambiente mágico que transportava todos para um mundo, onde o passado e o presente se encontravam.
Enquanto saboreavam cada pedaço, as famílias refletiam sobre a importância de manter viva a chama da tradição e a conexão entre gerações. A cidade tornava-se um símbolo não apenas de conexões históricas, mas também de um presente onde as gerações se entrelaçam harmoniosamente e isso servia como testemunha silenciosa do amor e da união.
A noite avançava, e as luzes suaves iluminavam a cidade, transformando-a num cenário ainda mais encantador. As flores nas mesas, agora, banhadas por uma luz suave, pareciam dançar em sintonia com a alegria que era espalhada pelas famílias. Era como se a própria cidade do Porto estivesse a comemorar junto deles.
Assim, sob as estrelas cintilantes e o suave murmúrio do rio, as famílias desfrutaram de uma noite inesquecível, fortalecendo os laços que transcendem o tempo. E naquele pequeno restaurante, entre flores, risadas e sabores autênticos, a essência da cidade encontrou a sua expressão mais calorosa e acolhedora. Mas antes de irem embora, agradeceram ao chef a experiência culinária memorável.
Caminharam pelas ruas iluminadas, compartilhando memórias que se tornaram parte daquela rica cidade à beira do Porto, onde as flores, a tradição e o sabor se entrelaçavam como numa tapeçaria de vida. Mas as famílias, ao voltarem para casa, agradecem não apenas pela refeição deliciosa, mas também pela oportunidade de compartilhar momentos especiais.
A cidade, adornada com sua arquitetura histórica e flores vibrantes, parecia sorrir para aqueles que a chamavam de lar, e as famílias sabiam que aquela noite ficaria marcada nas suas memórias como um capítulo especial da história da cidade à beira do Douro.
E assim, entre risos, músicas e aromas, a tradição continuava, perpetuando a beleza intemporal dessa comunidade única.
Mistérios...
Joana Rodrigues, 10.º B
Numa noite estrelada, Pedro, um jovem curioso, decidiu procurar respostas para um enigma: como fazer euros com magia? Rumores falavam de uma gasolineira escondida entre estradas onde semáforos emitem luzes encantadas.
Guiado por um mapa antigo, Pedro descobriu a famosa estação de serviço. Ao chegar, viu uma sábia senhora chamada Lali, guardiã da magia perdida. Ela revelou que a gasolineira era um ponto de comunicação entre mundos, onde se podiam fazer euros através de magia. Pedro, muito curioso, decidiu mergulhar nos ensinamentos de Lali. Juntos, criaram feitiços que transformavam estradas comuns em caminhos encantados, atraindo outras pessoas em busca de experiências mágicas. Os semáforos, guiavam não apenas carros, mas também pessoas em busca de magia. A palavra espalhou-se, e a gasolineira tornou-se um local encantado, onde euros eram ganhos não apenas pela venda de combustível, mas pela venda de poções mágicas e amuletos encantados. As estradas transformaram-se em caminhos de aventuras, nos quais o inesperado surgia a cada curva.
Pedro e Lali, unindo magia e trabalho, faziam mais do que simplesmente ganhar dinheiro: criaram um refúgio para aqueles que procuravam um toque de magia nas suas vidas. Assim, a gasolineira transformou-se em algo muito especial: a ligação entre o mundo real e o mágico. A aventura de Pedro por estas estradas mágicas foi um verdadeiro encanto, repleto de emoções intensas e descobertas fascinantes. Cada curva destas estradas encantadas levava Pedro a ver paisagens deslumbrantes, onde semáforos emitem cores vibrantes como corações mágicos. Ele sentiu uma estranha energia no ar, como se a própria terra respondesse à sua busca por magia. Lali, com os olhos cheios de sabedoria e mistério, abriu-lhe as portas para um mundo onde a busca por euros se unia com a procura por magia.
Juntos, eles lançaram feitiços que desafiavam a lógica e transformavam o comum em extraordinário. Estradas que durante anos foram esquecidas ganharam vida com criaturas mágicas, e os semáforos, agora verdadeiros portais para outros reinos, guiavam aventureiros destemidos por caminhos cheios de novas experiências. O comércio na gasolineira não ficou só pelo simples ato de fazer dinheiro, cada ação era uma troca de emoções, uma dança entre o real e o mágico. As pessoas, cativadas pela sensação encantada, procuravam não apenas abastecer os carros, mas também a procura de experiências únicas.
Assim, a aventura de Pedro e Lali tornou-se em algo épico: a gasolineira era, agora, um lugar cheio de emoção e aventura, um ponto de encontro para todos os que ansiavam por mergulhar no desconhecido e encontrar tesouros além do dinheiro comum.
O cabeças
Bia Ferreira, n.º 1, 10.º B
Numa pequena cidade vivia, numa casa muito humilde, a Ana e os seus dois irmãos, o Pedro e o Paulo, pois os pais tinham morrido há pouco tempo. Antes de morrerem, tinham oferecido um pequeno leitão à menina. Ela tratava dele como se fosse um terceiro irmão. Ele tinha uma casota muito linda e vivia dentro de casa com o resto da família.
Um belo dia, chegou à cidade um homem com muito mal aspeto e conhecido por fazer o melhor presunto do mundo.
— Quero saber onde mora a Ana, — perguntou o Cabeças ao primeiro habitante que encontrou.
— Ela mora numa casa amarela à saída da cidade, — respondeu o habitante com uma voz tremida.
O Cabeças atravessou a pequena cidade e encontrou a casa que procurava.
— Ana! Ana! — Gritou ele.
Ao ouvir tantos gritos, a Ana veio à porta.
— O que se passa para o senhor estar a gritar tanto? — Perguntou a menina.
— Ouvi dizer que tens o leitão mais lindo das redondezas. Eu quero comprá-lo para fazer o melhor e mais saboroso presunto do mundo!
— Nem pensar!!! – Exclamou a Ana. — O meu leitão faz parte da família e nunca o vou vender! Ele é muito importante para mim, pois foi o último presente que os meus pais me deram antes de morrer.
Ao ouvir a menina, o Cabeças começou logo a pensar numa maneira de roubar o leitão e foi embora sem dizer nada.
Passado uns dias, a Ana acordou, ao meio da noite, com um barulho estranho. Com medo, foi chamar os irmãos para ver o que se passava. Ao chegar à cozinha, estava o leitão a lutar com o Cabeças. Ao ver tal coisa, o Pedro e o Paulo apanharam o homem e Ana atou-lhe uma corda para o prender até chegar a polícia. O homem estava furioso por ter sido apanhado e por não ter conseguido levar o leitão que ele tanto queria.
Ao ser levado pela polícia, a Ana gritou-lhe:
— Isto não vai ficar assim, o senhor vai pagar pelos seus atos! Vemo-nos nos tribunais!
E foi assim que Ana salvou o seu tão querido leitão de se transformar em presunto. E o homem foi condenado a dois anos de prisão efetiva.
O Cozido Milagroso
Gonçalo Almeida, 10.º B
Era uma vez uma pequena cidade do norte de Portugal, onde as pessoas eram conhecidas pela sua hospitalidade e amor pela comida. Num dia chuvoso de outono, os moradores reuniram-se no centro da cidade para celebrar a chegada dos maiores barcos de peixe do ano.
Enquanto todos se deliciavam com o cheiro de peixe fresco grelhado, uma notícia inesperada espalhou-se pela multidão. Os funcionários dos bancos locais tinham sido despedidos devido a uma reestruturação. A tristeza tomou conta de toda a população, mas a comunidade decidiu transformar aquela situação em algo positivo.
Com o objetivo de apoiar os desempregados, os moradores organizaram um evento para angariar fundos. Decidiram preparar um grande cozido à portuguesa, um prato tradicional e reconfortante. Todos se uniram, trazendo cada um um ingrediente e ajudando na preparação do banquete.
A chuva continuava a cair, mas isso não desanimou ninguém. O cheiro delicioso do cozido à portuguesa espalhou-se pela cidade, atraindo pessoas de todas as partes. O evento foi um sucesso, com bancos cheios de pessoas que apoiavam a comunidade. Enquanto saboreavam o delicioso cozido, as pessoas compartilhavam histórias e gargalhadas. A união e solidariedade da comunidade eram evidentes. Os desempregados sentiram-se amparados e encorajados por todo o apoio recebido.
No final do dia, a cidade estava cheia de sorrisos e barrigas satisfeitas. Os fundos arrecadados foram usados para ajudar os desempregados a encontrar novas oportunidades de trabalho.
Esta história mostra-nos como uma comunidade unida pode transformar momentos difíceis em algo positivo. Mesmo no meio da chuva e a enfrentar as adversidades, o amor e a solidariedade prevaleceram, mostrando que juntos somos mais fortes.
O grande roubo em Scaytrad
Miguel Lameira, 10.º B
Era uma vez um país longínquo, que pouquíssimas pessoas conheciam. Era um país bem pequeno, chamado Scaytrad. Nele apenas habitavam cerca de cinquenta mil pessoas.
Esse país, como qualquer outro, tinha as suas tradições e crenças, mas enquanto noutros países se louvavam os deuses da água, da guerra, da luz, do vento e por aí em diante, em Scaytrad também se louvavam esses deuses, mas o principal era Ercis, o deus da comida. Era um deus muito reconhecido entre o povo, pois, durante uma guerra violenta, quando ficaram sem mantimentos, Ercis fez chover carne, peixe, vegetais... salvando os habitantes de morrer à fome. Como agradecimento pela ajuda, o rei de Scaytrad decidiu mandar fazer uma estátua do deus e dois presuntos em ouro maciço, os quais, mais tarde, acabariam por se tornar num tesouro nacional.
Passado uns anos, em Scaytrad, surgiu um gangue com o “simples” propósito de roubar os presuntos que estavam protegidos no cofre real, por serem considerados um tesouro nacional. Estavam avaliados em cerca de cinco milhões de rupees cada, o que seria equivalente a quinhentos milhões de euros. No entanto, chegar até eles não iria ser um trabalho fácil. Teriam que passar por uma enorme quantidade de soldados e, para agravar a situação, ainda teriam que escalar uma muralha enorme, com quatro grandes torres de vigia.
O líder do gangue, após passar horas a estudar a estrutura das muralhas e a fazer um plano para roubar os presuntos, decidiu pôr o estratagema em prática. Prontamente, enviou os seus lacaios para fazer o trabalho sujo. Passada meia hora, conseguiram escalar as muralhas com êxito! Finalmente chegaram ao cofre real. Como era de noite, não se aperceberam de imediato da presença de quatro guardas, mas conseguiram aniquilá-los com sucesso.
Com os presuntos de ouro já em mãos, os gangsters fugiram das muralhas, venderam-nos e repartiram o dinheiro entre eles, e assim cada um seguiu o seu caminho sem nunca mais ser visto.
O rei, quando acordou, deparou-se, para sua grande infelicidade, com quatro guardas mortos e sem os seus presuntos.
O mercado da Cripto
Rodrigo Barbosa, 10.º B
Certo dia, um jovem rapaz chamado Duarte, que tinha os seus 24 anos, foi despedido da empresa em que trabalhava.
Ele, que tinha o emprego dos seus sonhos numa empresa imobiliária, da noite para o dia, perdeu tudo que tinha, quando o chefe lhe deu a notícia do seu despedimento. Desapontado, triste e sozinho, foi para um bar e bebeu até não poder mais… Quando saiu do bar, no regresso a casa, foi mandado parar pela polícia e ficou com a carta de condução suspensa, pois o teste acusou uma taxa muito elevada de álcool no sangue.
Quando pensava que já tinha perdido tudo, que a vida não tinha sentido, eis que recebe um telefonema de um antigo amigo com uma proposta de trabalho para ele. A proposta consistia em, juntamente com o amigo, investir no mercado, ainda pouco conhecido, das criptomoedas, ou seja, os dois investiriam na bitcoin.
A proposta era arrojada, pois a moeda estava temporariamente suspensa, mas era a que permitia maior lucro.
Então, decidiram investir e subir no palco das pequenas empresas para juntar mais investidores e ter o maior lucro possível.
Com os anos, Duarte constatou que a vida é uma roda que gira, que não devemos desistir, porque, quando tudo parece perdido, conseguimos superar as adversidade, como foi o seu caso. Hoje é um investidor de sucesso em quem as pessoas confiam.
O mistério do presunto desaparecido
Pedro Sousa, 10.º B
Numa pequena aldeia chamada Portela, onde as ruas eram feitas de pequenos paralelepípedos e compostas por casas modestas e grandes árvores que as sombreavam, vivia um homem chamado António. António era famoso pela sua generosidade e compaixão para com os mais pobres da sua comunidade.
Um dia, espalhou-se a notícia de que o presunto do supermercado local havia desaparecido misteriosamente. Os moradores ficaram agitados e os homens da lei foram chamados, para investigar.
O medo de que o mesmo pudesse acontecer com os outros produtos alimentares provocou o pânico nos habitantes da pequena aldeia, já de si tão pobre.
Porém, António, com seu coração bondoso, não podia ficar de braços cruzados diante do desespero que via no rosto de quem mais precisava. Determinado a ajudar, ele começa a arrecadar alimentos para distribuir aos pobres da Portela. António sabia que mesmo que a lei pudesse resolver o mistério do presunto desaparecido, ele não poderia ignorar a fome que assolava a sua comunidade.
Durante a investigação, António tornou-se o herói não oficial dos mais desfavorecidos. Organizava refeições comunitárias, compartilhava o que tinha na despensa e incentivava outros a fazerem o mesmo.
Já a Justiça ficou impressionada com a atitude dele. No final da investigação, descobriu-se que o presunto tinha sido recolhido por engano por um vendedor distraído, que achou que os prazos de validade dos presuntos já tinham sido ultrapassados.
Embora a justiça tenha sido feita, e o mistério resolvido, a história que realmente se destaca em Portela é o bondoso coração de António.
Naquele dia, a aldeia aprendeu uma lição valiosa de que a generosidade e a bondade podem superar até os desafios aparentemente mais insignificantes. O coração de António, batendo no ritmo das necessidades dos pobres, transformou um pequeno incidente numa oportunidade para a comunidade se unir e lembrar que na Portela o verdadeiro valor é a solidariedade entre vizinhos.
O Roubo e o Rei
Inês Eiras, 10.º B
Certo dia, uma região ficou sem governante e foi então que apareceu um novo rei.
Este rei tinha um ar convencido, mas na verdade era belo e apresentava um grande arcaboiço, que fazia com que todas as mulheres da região, até mesmo as comprometidas, o desejassem. Ele era a riqueza em pessoa, vivia rodeado de mordomos e tinha empregados para tudo. No entanto, o rei andava à procura da esposa perfeita.
Certa noite de verão, organizou um baile de gala com todas as suas pretendentes para escolher quem seria a mulher ideal para si mesmo. Eram mais de trezentas convidadas, deixando o castelo abarrotado, não permitindo o controlo das saídas e entradas, podendo qualquer pessoa aceder ao castelo. Foi nessa mesma noite que ocorreu um roubo, mas apenas se descobriu na manhã seguinte. Assim que o rei acordou, ficou completamente revoltado, pois tinha desaparecido o quadro mais valioso do castelo. Por isso, o rei decidiu investigar quem o teria feito. Começou por tentar elaborar uma lista de suspeitos, mas não teve grandes resultados, foi então que emitiu um comunicado ao povo a dizer que quem descobrisse o culpado ganharia um grande prémio. Para facilitar, mandou bloquear as fronteiras para que não pudessem sair da aldeia. Passados uns dias, o homem mais pobre do reino e com cinco filhos para sustentar foi ao castelo e apresentou o nome de uma mulher, afirmando que ela teria escondido o quadro na cave de casa. O rei, de imediato, fez uma busca à casa dessa mulher e encontrou o desejado e valioso quadro.
E foi assim que tudo ficou resolvido. A mulher foi despejada de casa como castigo e o homem recebeu o prémio prometido pelo rei, conseguindo finalmente cuidar da sua família com mais qualidade de vida.
O sabor da coragem
José Neto, 10.º B
Em tempos idos, no Império Português, existia uma cidade chamada Lusitânia. Os moradores dessa cidade eram conhecidos pela sua simplicidade e pela qualidade excecional do presunto que produziam. O presunto de Lusitânia era tão renomado que atraía visitantes de todo o império. A cidade prosperou e ganhou fama graças a esse incrível produto.
Contudo, um dia, surgiu uma grande ameaça. O governador impôs um imposto de 400 moedas de ouro para todas as cidades produtoras de presunto, que gerou um grande tumulto entre os habitantes. O presunto era a fonte de sustento e prosperidade do povo, e agora estavam a ser ameaçados.
A ideia de não ter mais o presunto na cidade era impensável. Apesar de haver grande lealdade dos habitantes à Lusitânia, eles decidiram desafiar o decreto do governador. Continuaram a produzir e a comercializar o presunto, desafiando, assim, as autoridades.
A resistência da cidade de Lusitânia ao decreto tornou-se uma lenda em todo o império. Mesmo enfrentando possíveis retaliações, os moradores permaneceram firmes na decisão tomada. Afinal, como seria a cidade sem seu adorado presunto?
A notícia da resistência de Lusitânia espalhou-se por toda a região. Outras cidades, inspiradas pela coragem dos habitantes de Lusitânia, começaram a resistir também. O governador, vendo a crescente resistência, foi forçado a reconsiderar o seu decreto.
Finalmente, o governador retirou o imposto das 400 moedas. A cidade de Lusitânia, com o seu presunto, tornou-se um símbolo de resistência e coragem em todo o império.
A história da resistência de Lusitânia foi contada e recontada, passando de geração em geração.
E assim, mesmo após o fim do Império Português, a cidade de Lusitânia e o seu presunto continuaram a ser um símbolo de resistência e coragem. E o presunto? Continuou a ser tão incrível como sempre foi.
A história de Lusitânia é uma lembrança de que, mesmo diante da má sorte, a coragem e a determinação podem prevalecer.
Esta é uma história de resistência, de amor ao trabalho e de lealdade à cultura. E, acima de tudo, é uma história sobre o poder do presunto.
Vecna, o Caçador
Margarida Carvalho, 10.º B
Há muito tempo existiu um pequeno reino onde todos viviam em sintonia, exceto um homem. Chamava-se Vecna, mais conhecido como “O Caçador da Morte”, pois matava todos os animais que ameaçavam o reino. Vivia na floresta porque gostava do cheiro do alecrim que percorria a brisa da noite, junto com as estrelas brilhantes no céu.
Certo dia, um jovem apareceu no reino a afirmar que pertencia a uma família rica e que esta tinha morrido num trágico incêndio. O povo, e até mesmo o próprio rei, decidiram ajudar o pobre menino, cujo nome era Theo.
Quando Vecna soube da notícia, não acreditou na história, pois era estranho só Theo ter sobrevivido e ter chegado de tão longe.
Dias depois, Vecna foi contratado para caçar o lobo que matara as galinhas dos habitantes. Quando vagueava pela floresta à procura do lobo, encontrou um ser estranho.
Vecna aproximou-se para descobrir o que era e, quando se apercebeu de que era Theo a rasgar a pele de um habitante do reino, não hesitou e disparou.
O caçador aproximou-se dos cadáveres e descobriu que Theo era, na verdade, um lobisomem. Com o choque, nem se apercebeu de que não estava sozinho. Um pescador que passava por ali viu os dois cadáveres e sangue na camisola de Vecna. Logo pensou que este os tinha assassinado. Sendo assim, não hesitou e correu pela sua vida.
Vecna apercebeu-se de que tinha arranjado problemas e foi para casa pensar em tudo o que acontecera.
Minutos depois, os guardas reais foram informados da situação e levaram Vecna para as masmorras do castelo. O caçador não parecia incomodado com a situação, pois sabia que tinha caçado uma criatura perigosa. De facto, não tardou muito para todo o reino ser informado do assunto. Vecna teria de ser ouvido pelo rei.
Dias depois, o previsto aconteceu. O caçador foi ouvido pelo rei, mas este não acreditou numa única palavra do que Vecna disse. Como tinha ajudado Theo, ficou ainda mais enraivecido. Pensava que Theo já fazia parte da família e nunca esperara algo de semelhante da parte de Vecna.
A única maneira de pôr um ponto final no problema foi, nem mais nem menos, a pena de morte.
Vecna reagiu de forma indiferente à situação, pois já tinha previsto o que poderia acontecer.
A cerimónia aconteceu um dia depois do julgamento. O caçador foi assado e torturado pelas chamas. O seu corpo ficou irreconhecível e, mesmo depois de morto, continuou a ser criticado pela multidão.
O que ninguém desconfiou ou nunca irá descobrir é que Vecna morreu em paz. Passou a vida toda a fazer o que amava, que era proteger as pessoas do seu reino.
Ano letivo 2023-2024 / Ilustração: Katerina Izobova
“I can shake off everything as I write; my sorrows disappear, my courage is reborn.” – Anne Frank