Escola Projetos Camões Concursos EFP Família Livros Opinião Mais

Click

Jornal Escolar AE Muralhas do Minho | 2023-2024


Contos Imperfeitos: março

Escrita Criativa | 22-03-2024

E todos saíram da sala é o mote para o terceiro conto improvável. Uma viagem pela escola, captando tudo o que se vê, ouve e sente resultou, uma vez mais, em narrativas improváveis.


O Cartaz

Bia Ferreira

E todos saíram da sala. O cheiro a comida era insuportável. Cheirava a queimado. Os alunos e a professora correram até à cantina, a porta estava fechada, mas o fumo saía por todo o lado.

Ficaram todos com medo, sem saber o que fazer. O silêncio era geral. Os olhares cruzavam-se, mas as palavras não saíam.

— Chamem os bombeiros, rápido! — disse a professora.

A biblioteca ficava mesmo ao lado. Se o incêndio chegasse lá, ia ser uma tragédia, pois os livros ficariam todos queimados!

Os bombeiros chegaram. O dia era de chuva, no entanto, juntou-se uma multidão que estava muito preocupada com os alunos, professores e funcionários. O recinto escolar ficava perto de uma gasolineira. O pânico era geral.

Os bombeiros chegaram rapidamente e entraram.

— Quem está aí dentro? — Perguntou o comandante dos bombeiros.

— Abram a porta, por favor! Não consigo ver nada com o fumo! — Respondeu uma voz rouca.

Quem seria? Quem estaria lá dentro? Ainda era muito cedo para as cozinheiras estarem a trabalhar.

—Ajudem-me, por favor! — Dizia a voz.

Os bombeiros derrubaram a porta e entraram. Com tanto fumo não viam nada.

— Onde está? — Perguntaram eles.

E a voz respondeu: “Aqui, aqui!”

Ajudaram a pessoa a sair da cantina e extinguiram o incêndio com facilidade, pois era fumo e não fogo. Quando chegaram ao exterior, viram que era o porteiro quem tinha ficado fechado na cantina.

— Sr. Joaquim! — Exclamou a diretora da escola, muito admirada.

— Desculpe, Senhora Diretora, — respondeu ele. — Na vinda para a escola, esta manhã, vi um cartaz que dizia: “Mude de profissão só por um dia e seja feliz!” O meu sonho era ser chefe de cozinha. Então pensei que a cantina seria um bom lugar para eu ser cozinheiro profissional por um dia. Liguei o forno no máximo. Fui ao frigorífico ver o que iria cozinhar. Tinha lá peixe, então decidi fazer peixe assado no forno. Mas na verdade, só fiz carvão e fumo!

Os alunos soltaram risos. Com aquele incidente, tinham faltado ao exame de Física e Química e estavam contentes. O porteiro tinha sido o herói do dia deles e, ao mesmo tempo, tinha chegado à conclusão que era mais feliz sendo porteiro do que seria sendo chefe de cozinha.


O Primeiro Amor. O Meu, Talvez o Teu

Catarina Rodrigues

E todos saíram da sala num ligeiro caminhar ao longo da escola. Conectados com o ambiente que os rodeava, captando detalhes que normalmente passariam despercebidos. E sentindo intensamente a simplicidade de cada um deles.

Detalhes que faziam com que o nevoeiro falasse, as gaivotas chorassem, as luzes brilhassem através das poças de água que cobriam o chão, e sentissem a corrente de ar, que atravessara os corredores, passar por cada pelo do corpo de uma forma que nunca antes haviam sentido.

No entanto, foi já sentados junto da exposição de trabalhos da turma de artes, que a professora exclamou:

— Olhem à vossa volta!

Com isto, Diana, que se encontrava hipnotizada pela sensação de conforto que o som da chuva a bater na claraboia acima dela lhe transmitira, deixa-se levar pelas cores e sentimentos de uma das obras expostas, entrando num Mundo que a faz pensar no amor, pensamento do qual tentava fugir ao máximo. Mas desta vez foi diferente, desta vez não fugiu. Desta vez, sentiu e refletiu sobre cada pormenor desse sentimento e, especialmente, da primeira vez que o sentira de uma forma romântica. As lembranças, memórias e histórias relembradas inspiraram Diana a escrever sobre algo que quase toda a gente já sentiu. O primeiro amor...

Eu sou a Diana, e hoje, queria partilhar convosco o que escrevi nesse dia:

O primeiro amor! Todos passamos por essa fase. E não estou a falar daquele tipo de amor platónico que sentimos por alguém que observamos sem nunca antes termos falado.

Estou a falar daquele em que te deixas voar, e é recíproco, é bom, é apaixonante e acima de tudo é mágico.

No início são tudo rosas, mas quando chega ao fim apercebemo-nos que não é como nos contos de fadas. Ao invés de mágico, torna-se algo trágico. Eu sei, dói.

Mas esse amor... Esse amor vai ser inesquecível, vai ser o que vais contar aos teus filhos, quando te perguntarem qual foi a primeira pessoa que amaste. Aí, os teus olhos vão-se encher d’água, enquanto relembras cada momento. E com um aperto no coração, vêm também as sensações.

Porque feliz ou infelizmente, poucos têm a sorte de olhar para os seus filhos e para o amor que têm ao lado e dizer:

— “Foi ele!” ou “Foi ela!”

Alguns não têm assim tanta sorte, saem magoados. E é assim, o primeiro amor, Para uns, o primeiro e último, Para outros, o inesquecível.

Para todos que já sentimos esse “quase algo”, indescritível.


Um Susto de Arrepiar

Daniela da Purificação

E todos saíram da sala... O filme acabou, o cinema encerrou e só restou a senhora da limpeza a limpar a sujidade do salão.

Quando acabou de dar uma última limpadela numas pinturas expostas na parede, pensou em retirar-se, mas nesse instante sentiu um cheiro a queimado bastante intenso, vindo da máquina das pipocas. Pensou logo na incompetência dos seus colegas por não a terem desligado, mas recordou-se de ter sido ela a fazê-lo. Assim, ignorou a situação e preparou-se para sair. No entanto, começou a ouvir passos e vozes vindas do corredor principal. Já um pouco apavorada, dirigiu-se para o corredor para ver se avistava algo. Quando atingiu o seu destino, observou inúmeras pegadas de lama em direção à casa-de-banho, que estava trancada. Já não sabia o que pensar. Correu para a porta e tentou escapar daquele espaço aterrorizador, porém foi surpreendida por uma enorme quantidade de chuva, que a impediu de abandonar o local. Desesperada, sem saber o que fazer, pegou no telefone e tentou pedir ajuda, mas sem sucesso, pois, misteriosamente, tinha ficado sem bateria.

Momentos mais tarde, tudo acalmou, o que a levou a pensar que era tudo imaginação sua. Agarrou na esfregona e, antes de se retirar, limpou as pegadas. Foi nesse momento, quando começou a ouvir sussurros, que se mentalizou que aquilo era real. Com medo, abandonou a esfregona e preparou-se para desaparecer. Com tanta emoção, escorregou e caiu. Ainda meia atordoada, levantou-se e deslocou-se em direção à saída, mas, quando estava prestes a alcançá-la, soprou uma rajada de vento e a porta fechou-se. A aflição atingiu-a. Estava completamente perdida. Moveu-se até às janelas, mas não teve coragem para saltar. A altura era elevada e, como o céu estava demasiado nublado, o chão não se via perfeitamente. Ela teve medo de saltar.

Entretanto, sentiu passos a aproximarem-se e a ansiedade a dominar-lhe o corpo. Já não sabia o que fazer nem para onde ir. Foi nesse instante que o despertador tocou. Era somente um sonho e o alívio dominou a senhora. Levantou-se, dirigiu-se para a cozinha, bebeu água e pensou em como iria encarar o dia de trabalho depois daquele trauma. Logo, decidiu não comparecer e manter-se em casa para tentar descobrir como iria acabar o seu sonho.


A Mulher do Carnaval

Diogo Fernandes

E todos saíram da sala num dia cinzento, em que a chuva caía mansamente sobre o campo de futebol da pequena escola rural. O professor João observava, pela janela da sala de aula, os pingos da chuva que dançavam na relva verde. Era o último dia de aulas antes do Carnaval e o clima não poderia estar mais apropriado para uma tarde tranquila.

Naquele dia, uma mulher misteriosa chegou à escola. Vestia um grande casaco e tinha uma bicicleta antiga. Os seus olhos refletiam uma serenidade profunda, como se a paz interior fosse sua companheira.

O professor João, curioso com a chegada da mulher, foi recebê-la na entrada da escola. Ela apresentou-se e disse que se chamava Maria, uma viajante em busca de abrigo temporário até a tempestade passar. O professor, gentilmente, convidou-a a entrar e ofereceu-lhe um chá para se aquecer. Enquanto conversavam, Maria mostrou que tinha uma conexão especial com o Carnaval. Para ela, não era apenas uma festa de máscaras, mas um momento de introspeção e renovação espiritual. Contou histórias sobre os carnavais que havia vivido em diferentes lugares do mundo, cada um deixando uma marca inesquecível.

À medida que a tarde avançava, a chuva diminuía, e os dois conversavam cada vez mais até que o professor e Maria decidiram dar um passeio pelo campo de futebol, agora banhado por uma luz dourada. Enquanto caminhavam, Maria compartilhou as suas reflexões sobre a importância da conexão humana e da harmonia com a natureza.

De repente, um cortejo de crianças da escola surgiu, vestidas com adereços coloridos e sorrisos radiantes. Era o início de um desfile improvisado de Carnaval. A música e a alegria preenchiam o ar, e Maria juntou-se à celebração, dançando e cantando.

Naquela tarde, o professor João compreendeu que o Carnaval não se limitava apenas à festa exterior, mas também à celebração interior da humanidade. Sobre a luz suave do entardecer, encontrou paz e inspiração ao lado de uma mulher cuja presença deixou uma marca eterna no seu coração.


Um Dia na Escola

Eliana Alves

E todos saíram da sala... Os corredores da escola estavam silenciosos naquela manhã nublada, com nuvens pesadas, pairando sobre o céu. Os pássaros agitavam-se inquietos lá fora, como se pressentissem a chegada da chuva iminente.

Lucas e Sofia, dois amigos inseparáveis, decidiram dar uma volta no campo de futebol antes das aulas começarem. Gostavam de aproveitar o ar livre antes de se trancarem nas salas de aula. Sabiam que ia começar a chover dali a pouco e no outro intervalo não poderiam vir para fora como eles gostavam.

Enquanto caminhavam pelos corredores vazios, sentiram um estranho cheiro a queimado pairando no ar. Intrigados, seguiram o odor até uma das salas de exposições, onde as funcionárias tentavam conter um pequeno incêndio que havia começado numa tomada elétrica.

Assustados, Lucas e Sofia ajudaram a apagar as chamas e a garantir que todos estavam seguros, mas enquanto trabalhavam juntos para controlar o incêndio, Lucas e Sofia trocavam olhares nervosos. No entanto, determinados, sabiam que tudo ia correr bem e revolver-se no momento certo.

A Sofia parecia uma rapariga muito determinada, pois as outras raparigas, se tivessem naquela situação, começariam a chorar ou aos berros, mas Sofia teve logo uma ideia.

— Precisamos de encontrar um extintor, — sugeriu, sendo que a sua voz soava firme, apesar da ansiedade que sentia.

Lucas concordou e correu pelo corredor, em busca do equipamento de combate a incêndios, enquanto Sofia continuava a ajudar as funcionárias a evacuar a sala. Em poucos minutos, Lucas voltou com o extintor, e juntos conseguiram conter as chamas antes que o fogo se espalhasse.

Respirando aliviados, abraçaram-se, conscientes de que sua rápida ação havia ajudado a evitar uma tragédia.

— Somos uma ótima equipa! — disse Lucas, sorrindo para Sofia.

— Somos! — Validou Sofia, sentindo-se grata pela amizade e pelo apoio mútuo que compartilhavam.

A experiência deixou-os agitados, mas também unidos pela adrenalina partilhada.

Mais tarde, quando a chuva começou a cair lá fora, refugiaram-se na sala de aula, olhando pela janela enquanto a chuva batia no telhado e o som ecoava ao seu redor. Apesar do incidente, estavam gratos por estarem juntos e seguros, prontos para enfrentar mais um dia na escola.


Chuva Nostálgica

Gonçalo Almeida

E todos saíram da sala, deixando para trás as conversas abafadas e a atmosfera empoeirada. Lá fora, o dia chuvoso cobria a cidade com um véu cinzento, enquanto uma brisa fria soprava entre os prédios. Era como se a infância dos habitantes fosse despertada pela nostalgia da chuva, evocando memórias de dias sobre os pingos gelados.

No meio da agitação, na rua molhada, uma pomba solitária procurava abrigo, as suas penas encharcadas contrastavam com os tons sombrios do asfalto. Enquanto isso, um grupo de amigos reunia-se na calçada, revivendo as aventuras da sua juventude, enquanto a chuva caía ao seu redor.

Entre risos e lembranças, a conversa girava em torno da velocidade e liberdade, da sensação de voar pelas ruas nas suas bicicletas antigas. Mas, mesmo com a nostalgia, havia uma preocupação no ar, um odor persistente de uma cidade poluída que se infiltrava nos seus sentidos.

A conversa mudou, então, para assuntos mais sérios, sobre segurança e o futuro da comunidade. Enquanto discutiam, um cheiro tentador, a bifanas grelhadas em algum quiosque nas proximidades, começou a espalhar-se pela rua, despertando o apetite de todos.

Foi, então, que uma estranha personagem entrou em cena, um fisioculturista musculado que parecia ter saído de uma revista dos anos 80. Com um sorriso confiante, aproximou-se do grupo, oferecendo a sua opinião sobre os assuntos em discussão. A sua presença imponente contrastava com a atmosfera descontraída da conversa.

No final, entre risos e debates acalorados, o grupo dispersou-se, cada um seguiu o seu caminho sobre a chuva persistente. Mas, por um breve momento, haviam compartilhado algo especial, uma conexão que transcendeu as diferenças e os anos que os separavam.


Rotina na Escola

Gonçalo Pires

E todos saíram da sala, após uma aula de Português em que estavam a rever as orações.
Uma auxiliar veio informá-los de que teriam que visitar uma exposição após o intervalo.
Quando o intervalo acabou, os alunos dirigiram-se para o auditório, pois seria ali que visitariam a exposição.
Para entrarem no auditório, tiveram que esperar algum tempo, pois a fila era imensa.
Quando a visita acabou, a pessoa que tinha organizado a exposição perguntou ao público se tinha sugestões para poderem melhorar. Os alunos pouco participaram, pois estavam todos com muito receio de responder.
Durante o resto do dia, tiveram mais aulas como, por exemplo, Filosofia, onde passaram o tempo a falar sobre as culturas de outros países.
Após a aula, abriram a porta da sala e foram para o campo desportivo, onde tiveram uma discussão sobre árvores. Quando foram pesquisar, para ver quem tinha razão, não conseguiram, pois a internet não estava a funcionar.
Depois da discussão, tiveram mais uma aula e foram todos para casa sem saberem quem tinha razão.


A Esperança na Aldeia

Inês Eiras

E todos saíram da sala no último dia de aulas. Sendo o final do ano significava estar de férias. Então, dirigiram-se até à pequena aldeia no meio da floresta onde moravam quase todos os jovens da escola. O riso vinha de entre as árvores e os passarinhos cantavam alegremente, enquanto os jovens aproveitavam o verão. Mas um dia… tudo mudou.

Um incêndio espalhou-se pela aldeia, deixando tudo queimado. O vento forte soprava as cinzas e espalhava o cheiro da fumaça por toda a região. As pessoas abrigavam-se entre as pedras que por lá havia para se protegerem do fogo que arruinava tudo ao redor, até que um sussurro de esperança ecoou no ar, quando começou a chover. A água apagava as chamas e trazia alívio para os jovens da aldeia. As árvores ficaram encharcadas, mas, ainda assim, pareciam agradecer pela vida que lhes tinha sido poupada no meio das chamas.

Quando a chuva parou e o céu nublado abriu, surgiu um arco-íris que trouxe um pouco de alegria naquele dia marcante e sombrio. Os pássaros voltaram a cantar, anunciando o fim da tempestade.

Aperar de tudo, no meio de toda a destruição, um som estranho chamava a atenção de todos, um ringido vindo de uma velha carruagem abandonada no centro da aldeia. Curiosos, os jovens e familiares aproximaram-se e descobriram que havia ali dentro um tesouro esquecido há anos, que valia o suficiente para recuperar dos estragos, o que lhes trouxe mais felicidade, ainda.

O frio da noite aproximava-se, mas o calor humano e a solidariedade da comunidade aqueciam os corações de todos. E foi assim, entre sorrisos e abraços, que a vila renasceu das cinzas, mais forte do que nunca, e as aulas recomeçaram.


O Pintor

Inês Esteves

E todos saíram da sala, deixando para trás o silêncio e a solidão. Lá fora, a chuva caía intensamente, dançando no ar ao ritmo do vento. Os pássaros buscavam abrigo nas árvores, enquanto as plantas se curvavam sob a força da tempestade.

E todos saíram da sala, deixando para trás o silêncio e a solidão. Lá fora, a chuva caía intensamente, dançando no ar ao ritmo do vento. Os pássaros buscavam abrigo nas árvores, enquanto as plantas se curvavam sob a força da tempestade.

No meio desse caos natural, um jovem artista, chamado Lucas, caminhava pelas ruas, carregando consigo um caderno de pinturas. Buscava inspiração na harmonia caótica da natureza e na energia que emanava do encontro entre a chuva e o vento. Ao passar por uma galeria de arte, Lucas decidiu entrar. As paredes estavam adornadas com pinturas vibrantes e expressivas, cada uma contava uma história única. Fascinado, o artista aproximou-se de uma obra que retratava pássaros coloridos voando no meio de um jardim exuberante.

Inspirado pelas cores e formas das pinturas, Lucas decidiu criar a sua própria obra, combinando a beleza da natureza com a energia da tempestade. Voltou para casa e, com pincéis e tintas, começou a dar vida a um quadro que capturava a dança da chuva, o movimento do vento e a delicadeza dos pássaros.

À medida que o tempo passava, Lucas envolvia-se cada vez mais no seu trabalho. As pinceladas misturavam-se, criando um verdadeiro espetáculo de cores e texturas, transportando quem o contemplasse para um mundo repleto de emoção e magia. Quando finalmente terminou a sua obra-prima, Lucas expô-la na mesma galeria em que encontrara inspiração.

As pessoas encantavam-se com a intensidade e a harmonia retratadas na pintura. A chuva, o vento, os pássaros e as plantas pareciam ganhar vida diante de seus olhos. E foi assim que nasceu um excelente pintor, inspirado pelo mundo ao seu redor.


Sentimentos...

Joana Rodrigues

E todos saíram da sala, ansiosos para explorar o mundo lá fora. Era um dia chuvoso, e o barulho da chuva ressoava pelas ruas…

Enquanto caminhavam, os alunos viram uma sala cheia de pessoas reunidas em silêncio. Curiosos, entraram e depararam-se com algo surpreendente. Naquela sala, havia uma árvore com um brilho especial. Com curiosidade, aproximaram-se. Era como se a paz e o amor estivessem presentes em cada folha. Intrigados, notaram um extintor de incêndio ao lado da planta.

No silêncio que se seguiu, sentiram uma conexão profunda com a natureza. Perceberam que, assim como aquela planta, eles também conseguiriam espalhar amor e paz por onde passassem. Entenderam que a paz não era um lugar, mas sim um estado de espírito.

Ainda estavam surpreendidos com o que tinham presenciado na sala. Sentiam uma energia especial e decidiram explorar o que se passava ali. Enquanto caminhavam por entre as pessoas, em silêncio, notaram que cada uma delas tinha uma história única.

Gonçalo aproximou-se de um senhor com ar sorridente e perguntou-lhe sobre a origem daquela planta mágica. O senhor, com olhos brilhantes, confidenciou-lhe que a planta era resultado de uma experiência, numa tentativa de juntar a tecnologia e a natureza. O extintor, por sua vez, era um símbolo de proteção e cuidado para que a planta pudesse crescer em segurança.

Enquanto conversavam, o barulho da chuva lá fora intensificara-se, mas dentro da sala o silêncio reinava, como se todos estivessem conectados num momento de alta concentração. Sentiram a paz a começar a envolvê-los e perceberam que ali, naquele momento, as almas se uniam.

Os pássaros voavam ao redor da planta, como se estivessem encantados com a sua beleza. Os alunos, inspirados por essa harmonia, decidiram criar algo especial. Juntos, colocaram-se à volta da planta de mão dadas. De repente, a planta pareceu crescer ainda mais. Era algo inexplicável, mágico.

Assim, os alunos entenderam que o poder do amor e da união pode transformar qualquer ambiente num lugar de paz e profundo amor. Saíram da sala, e era como se tivessem entrado num mundo completamente diferente. Prometeram entre todos que o que se tinha passado dentro daquela sala ficaria naquela sala.

E assim, a história da sala cheia de pessoas, do silêncio que falava mais alto, da planta encantada e do barulho da chuva tornou-se muito mais que isso, levou-os a sentir algo inexplicável… sentimentos!


Rastros Imperfeitos

José Neto

E todos saíram da sala, deixando para trás o eco e o odor a queimado que pairava no ar. Lá fora, o tempo nublado criava um clima de tristeza, e as poças de água refletiam o cinza do céu.

Ao longo do caminho pelo corredor, encontraram vestígios das artes da natureza: uma claraboia, a bela luz do sol com suas cores desbotadas pela chuva. Não havia sons de pássaros, apenas um ambiente calmo e o som da chuva.

Em certo ponto, avistaram uma pequena câmara de segurança pendurada num galho baixo. O seu olho eletrónico parecia observá-los com desconfiança. Mais à frente, uma pilha de lixo acumulava-se ao lado do caminho, uma mistura de sacolas plásticas, latas amassadas e papéis sujos.

O ar fresco era revigorante, mas também carregava um odor a queimado. O que teria acontecido ali? Os alarmes de incêndio não haviam soado, mas o cheiro persistia. Talvez fosse apenas a madeira húmida das árvores, ou talvez algo mais sinistro estivesse escondido nas sombras.

E assim, continuaram a percorrer o corredor, cada passo revelando mais detalhes imperfeitos desse cenário enigmático, onde a natureza e a civilização que se entrelaçavam.


Apolo

Margarida Carvalho

E todos saíram da sala como todos os dias. Mais um dia de cansaço, mais um dia de trabalho, mais um dia repetitivo para todos os alunos. As gaivotas sobrevoavam os arredores da prisão, designada como escola e, tal como em todas as prisões, algo de sombrio estava para acontecer.

O frio espalhava-se em redor, o nevoeiro começara a surgir e o escuro predominara nos pensamentos e sentimentos de cada aluno. Contudo, havia um aluno que, por mais assombrado que estivesse com o clima ao seu redor, encontrava sempre um caminho em direção da luz. Apolo – chama-se ele. Um raio de sol na enorme escuridão que percorria o mundo.

Quando Apolo se dirigiu para casa, começou a chover. O cheiro da chuva era como um sentimento puro e livre para ele. E liberdade, que era coisa rara ter nas imediações da tal prisão, era o que o jovem rapaz mais desejava. Apolo tivera de utilizar uma máscara imaginária todos os dias: por ser diferente, isto é, por ter uma mente belíssima. Ele tinha ideias para o futuro. A sua primeira regra era ser feliz, pois sem felicidade não conseguimos fazer o que gostamos.

Entretanto, seguindo o caminho de casa, Apolo deparou-se com um incêndio no orfanato onde morava. Sem hesitar, correu para salvar a sua pequena irmã, Atena, que tinha apenas três anos de vida.

Procurou em todos os sítios, mas as chamas eram tantas que não conseguia ver nada. Conquanto, Apolo não desistira facilmente. Mesmo sem ver, conseguia sentir e presumir onde cada móvel e objeto se situavam. Sendo assim, subiu as escadas até ao quarto da irmã e deparou-se com tudo queimado. Contudo, Atena apareceu de um esconderijo, intacta, e Apolo conseguiu agarrá-la e tirá-la dos destroços.

Infelizmente, quando os dois irmãos estavam a sair do orfanato, os destroços caíram na sua direção. Contudo, Apolo conseguiu atirar a irmã para longe.

Mais tarde, o corpo de Apolo foi encontrado junto da entrada do orfanato.

Não partiu em vão: na sua mão estava escrita uma pequena nota. Feliz. Era o que estava escrito. Como antes dito, a primeira regra era ser feliz. E esta seria a única e última regra estipulada por Apolo: sê feliz!


Um Conto de União e Alegria

Pedro Sousa

E todos saíram da sala, aliviados por finalmente poderem respirar ar fresco. A reunião foi longa e tensa, mas agora era tempo de paz e descanso.
O sol brilhava lá fora, convidando todos a desfrutar de um momento divertido e confortável no jardim da empresa. O mau cheiro que se acumulara na sala devido à tensão e ao calor dissipou-se rapidamente, substituído pelo aroma das flores e da relva recém cortada.
No canto, um grupo de colegas reunia-se em torno de uma mesa de matraquilhos, rindo e competindo numa amigável rivalidade. As cores vibrantes dos bonecos refletiam o espírito animado de todos, que se respeitavam mutuamente, mesmo na disputa do jogo.
Enquanto isso, outros colegas conversavam sobre os planos que tinham para o fim de semana, partilhando histórias de lugares, onde ter dinheiro não era necessário para se sentir rico e feliz, pois a verdadeira riqueza, a verdadeira felicidade, estava na companhia e nas experiências vividas.
No final do dia, todos concordaram que, apesar dos desafios enfrentados, a empresa era um lugar onde se podia encontrar harmonia e felicidade. E assim, com o pôr-do-sol a tingir o céu de laranja e rosa, cada um seguiu para casa, levando consigo a promessa de um amanhã ainda melhor.


Uma Viagem

Rodrigo Barbosa

E todos saíram da sala, ansiosos para explorar a pequena vila à beira da linha de comboio.
No carro, o vento brincava com os cabelos das crianças, enquanto o sol se punha sobre o campo de futebol.
Ao descerem, depararam-se com um caixote abandonado ao lado de um poste antigo. Curiosos, aproximaram-se e encontraram um mapa indicando uma ecopista escondida entre as árvores.
Seguindo o mapa, embrenharam-se no bosque, onde uma palmeira solitária os esperava no final do caminho. Perto dela, uma casa antiga despertou-lhes a curiosidade.
Dentro da casa, descobriram artefatos antigos e histórias esquecidas. Através de uma janela empoeirada, viram a linha de comboio ao longe, testemunha silenciosa do tempo que passara.
Enquanto o sol se punha, decidiram voltar para casa, levando consigo memórias preciosas daquela aventura inesperada. O vento sussurrava segredos entre as folhas das árvores, e a palmeira permanecia como uma guardiã silenciosa daquele lugar mágico.


Espírito dos Favores

Sara Esteves

E todos saíram da sala, deixando o Rei sozinho na sala do trono.

Os dois guardas escoltaram os nobres chorosos que tinham vindo suplicar ao Rei que lhes fornecesse mantimentos para as cidades mais longínquas da capital, pois estavam a sofrer com a crise.

O Rei governava como um tirano, direcionando todos os recursos para a capital, onde vivia, e entrando em guerras desnecessárias com os reinos vizinhos, causando a morte de vários camponeses, nobres e clérigos.

Quando se encontraram sozinhos, o cavaleiro Samuel, alto, de olhos castanhos e cabelo curto e loiro, olhou para os seus companheiro e para o melhor amigo, e disse:

— O reino não pode continuar assim. As pessoas estão a sofrer, não têm qualquer liberdade e os impostos são surreais. Acho que está na altura de fazermos algo.

— O que podemo s nós fazer? — perguntou Isaac, um cavaleiro de cabelo castanho e olhos azuis. — Todos as pessoas envolvidas nas revoltas são imediatamente executadas, — acrescentou.

Se o Rei morresse, um novo regente poderia mudar as leis.

— Não é assim tão complicado. — Samuel apontou.

— Tens razão. Mas, como é que iríamos fazer isso?

Eles pensaram em silêncio por alguns minutos.

— Não havia rumores de um espírito que fazia favores no palácio? — Samuel lembrou-se.

— Sim! Dizem que se levarmos um ramo com cinco rosas ao último quarto do quinto andar, um espírito irá aparecer e ajudar-nos. — Isaac lembrou. — Mas não sei se é um método muito confiável...

Os dois trocaram olhares como que a dizer “Vale a pena tentar!”.

Quando o sol começou a descer no horizonte, Samuel e Isaac encontraram-se na escadaria do palácio com o ramo de cinco rosas. Ainda discutiram um com o outro sobre se deviam ou não experimentar o ritual, mas decidiram prosseguir.

Subiram a escadaria para o quinto andar e caminharam pelo corredor até chegarem a umas portas pintadas de branco com detalhes a dourado. Esta divisão tinha sido um quarto real e, posteriormente, abandonado, assim como o resto do quinto andar. Entraram no quarto, ligeiramente nervosos, mas com poucas esperanças.

O interior e a mobília estavam decorados da mesma forma que as portas de entrada. Mesmo em frente, havia uma grande janela, através da qual se podia ver o mar e alguns bandos de gaivotas a voar. Sentada à janela estava uma rapariga, num vestido preto decorado com laços e a usar um véu da mesma cor. Ela virou lentamente a cabeça para fitar os dois cavaleiros.

O véu cobria a maior parte da sua cara, mas eram visíveis os seus olhos vermelhos rodeados de sardas.

Isaac colocou as rosas num vaso que se encontrava numa cómoda perto deles.

— O meu no me é Samuel e este é o meu amigo Isaac. — Começou por dizer, tentando acabar com o silêncio desconfortável. — Trouxemos-te estas rosas e gostaríamos de te pedir um favor em troca.

Ela olhou para eles como se estivesse a avaliá-los e depois falou.

— A minha ajuda vai depender do vosso favor.

Houve mais uma pausa de silêncio.

—Precisamos de ajuda para acabar com o reinado atual. — Isaac explicou. — O Rei está a causar muitos problemas.

— Eu ajudo, — respondeu a mulher. — Saiam do castelo e voltem amanhã. O vosso problema será resolvido.

Os cavaleiros ficaram satisfeitos com as palavras da rapariga e regressaram a casa para descansarem o resto da noite.

Assim que o sol nasceu, Samuel e Isaac fizeram a trajetória normal em direção ao palácio, à espera de encontrar cavaleiros em pânico devido ao facto de o Rei estar morto. Em vez disso, encontraram ruínas onde o castelo devia estar. Era possível ouvir os passos das pessoas que corriam, ainda em pânico. Após falarem com algumas, os dois descobriram que um terramoto violento tinha destruído o castelo e os arredores, não deixando sobreviventes. Alguns aldeões ainda andavam a controlar a situação e a apagar os pequenos focos de incêndios, que enchiam o ar de fumo e de um cheiro a queimado.

Isaac e Samuel ficaram destroçados com o caos causado pelas suas ações. Não só eram traidores como também tinham acabado com a vida de várias pessoas, tal como o Rei fizera. Não eram mais dignos de ser cavaleiros.

Os dois determinaram que tinham de enfrentar as consequências dos seus atos e acabaram por se afastar da sociedade, vivendo isolados o resto das suas vidas.


Pinturas...

Tiago Garcéis

E todos saíram da sala, ansiosos por explorar o mundo lá fora. Ao abrirem as janelas, sentiram a chuva fresca no rosto, dando início a uma aventura no recreio da escola.

Correram em direção ao campo de futebol, saltando as poças de água pelo caminho. Subiram as escadas do átrio, com o coração acelerado de emoção.

No topo das escadas, encontraram um cantinho aconchegante rodeado de plantas. Ali, um mapa antigo estava pendurado na parede, despertando a curiosidade de todos. Decidiram explorar as pistas do mapa, que os levaram a uma sala repleta de pinturas coloridas. Cada pintura contava uma história única e misteriosa. Enquanto admirava as obras de arte, sentiram que os seus corações se enchiam de inspiração. Decidiram criar a sua própria pintura, misturando as cores e formas que mais os encantavam.

Enquanto pintavam, a chuva lá fora continuava a cair, criando uma melodia suave que acompanhava a sua criatividade. Os pingos da chuva batiam nas janelas, criando um ritmo relaxante. A atmosfera era mágica, e cada pincelada no papel era como uma dança sincronizada com a chuva.

Conforme a pintura ganhava vida, perceberam que o mapa e as pinturas estavam conectados. Cada detalhe da tela correspondia a um local no mapa, revelando segredos e desafios a serem superados. Decidiram embarcar numa jornada para desvendar os mistérios ocultos.

Guiados pelo mapa, atravessaram corredores, desceram escadas e exploravam cada canto da escola. Em cada etapa, encontram novos desafios e enigmas que testavam a sua inteligência e trabalho em equipa.

Finalmente, chegaram a um lugar especial, onde encontraram uma pintura mágica que representava o coração da escola.

Após explorarem o coração da escola e descobrirem as cartas antigas, os amigos sentiram uma profunda conexão com a história e a essência da escola. Eles perceberam que, independentemente das mudanças que acontecessem ao longo dos anos, o verdadeiro tesouro da escola era a comunidade de pessoas que passaram por ali.

Com as suas próprias mensagens adicionadas à caixa, os amigos deixaram um legado de amor, amizade e aprendizagem para as futuras gerações. Eles sabiam que, mesmo quando seguissem caminhos diferentes, sempre teriam as memórias daquela aventura especial no coração da escola.

E assim, com corações cheios de gratidão e esperança, os amigos despediram-se do coração da escola, sabendo que eles também faziam parte da história daquele lugar. Eles levariam consigo não apenas as lembranças, mas também a inspiração para continuar a crescer eva aprender, onde quer que a vida os levasse.


A aventura fora da sala de aula

Tomás Gomes

E todos saíram da sala, deixando para trás os murmúrios das conversas e o som da chuva batendo contra as janelas. Enquanto o vento soprava lá fora, subi as escadas em direção ao campo aberto, imaginando a exposição que poderia ser sobre um arco-íris deslumbrado com o sol que tentava arduamente romper as nuvens.

No topo das escadas, deparei-me com uma vista deslumbrante do campo, agora banhado pela luz suave do sol da tarde. Ao longe, pude ver os desenhos das montanhas fundindo-se com o horizonte, como se fossem parte de um mapa infinito.

Enquanto eu me maravilhava com a beleza da paisagem, um estranho objeto chamou minha atenção. Era um extintor de incêndio, completamente fora do contexto naquele cenário sereno. Irritado, decidi seguir as trilhas que levavam em direção ao objeto.

À medida que me aproximava do extintor, percebi que havia algo peculiar ao seu lado: uma placa indicando a exposição que supostamente deveria estar ali. Confuso, olhei em redor em busca de pistas. Foi, então, que avistei um conjunto de desenhos estranhamente espalhados pelo chão, como se alguém tivesse tentado desvendar um enigma.

Decidido a desvendar o mistério, segui os desenhos que pareciam formar um caminho. A chuva fina recomeçou a cair, criando uma trilha sonora suave. Enquanto seguia em frente, o mapa desenhado diante de mim parecia levar a um lugar desconhecido.

Finalmente, cheguei a um pequeno abrigo coberto, onde encontrei uma exposição perdida, escondida da vista de todos. Dentro do abrigo, os desenhos transformaram-se em narrativa visual, contando a história de um artista desconhecido que havia criado obras de arte impressionantes, inspiradas pela chuva, pelo vento e pelo sol.

Fiquei maravilhado com a descoberta, mas, ao mesmo tempo, espantado com a razão pela qual aquela exposição havia sido ocultada. Enquanto eu observava as obras, uma sensação de admiração tomou conta de mim, e percebi que aquele lugar escondido se tornara um refúgio para algo verdadeiramente especial.

Assim, com o som da chuva como trilha sonora, descobri um tesouro esquecido, uma expressão artística que agora revelava a sua beleza ao mundo. E, naquele momento, percebi que a magia da descoberta estava para além do que um simples mapa podia indicar.

Turma 10.º B, ano letivo 2023-2024

“I can shake off everything as I write; my sorrows disappear, my courage is reborn.” – Anne Frank