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Jornal Escolar AE Muralhas do Minho | 2023-2024


Contos Imperfeitos: maio

Turma 10.º B | 14-06-2024

Camões permanecerá eterno... sempre que o lermos!
Os Contos Imperfeitos não poderiam deixar de celebrar o poeta do Amor e do Desconcerto do mundo.

Ivan Olivera e Gino Galleotti, 9.º F

Aquela Cativa

Ana Catarina Rodrigues, 10.º B

Numa aldeia esquecida pelo tempo, havia uma jovem chamada Ana, cuja beleza encantava todos os que a viam. “Que bela cativa, que em si traz presa”, diziam os que a contemplavam.

No entanto, Ana não era livre para desfrutar da sua beleza, pois estava aprisionada pelas circunstâncias da vida. “Mais que com amarras de ouro adornada”, suspirava ela, resignada ao seu destino.

Apesar das tentações e propostas de liberdade, Ana permaneceu firme na sua decisão, pois sabia que a verdadeira liberdade residia na aceitação do seu destino. “Nem o bem que me quer dar me tira o mal que me faz”, dizia, determinada em seguir o seu próprio caminho.

Uma dessas tentações era Miguel, um nobre viajante, que tentava seduzi-la com promessas de uma vida de luxo e conforto, mas Ana permanecia fiel às suas raízes e à sua família. Ela sabia que, embora as correntes que a prendiam fossem invisíveis aos olhos dos outros, eram os laços do amor filial e do dever que a mantinham ali.

Por mais tentador que fosse o mundo fora daquela aldeia, Ana compreendia que a verdadeira beleza não se encontrava nas joias nem nas riquezas materiais, mas sim na simplicidade e na honestidade do coração. Assim, recusou os convites de Miguel, optando por permanecer leal aos seus valores e à sua terra.

Miguel, por sua vez, admirava a força e a determinação de Ana, mesmo que isso significasse partir sem conquistar o seu coração. Prometeu lembrá-la como a mais nobre e cativa donzela que já conhecera, honrando-a com a imortalidade dos versos de Camões.

E assim, enquanto o sol se punha sobre os campos dourados da aldeia, Ana contemplava o horizonte com serenidade, sabendo que a sua liberdade não residia na fuga às suas responsabilidades, mas sim na aceitação e no amor pelas suas raízes.


Amizade ou amor?

Bia Ferreira, 10.º B

Numa terra muito distante, vivia um rapaz chamado Luís. Ele não tinha amigos e era muito infeliz. Os seus pais tinham morrido num acidente, quando ainda era jovem. E desde então, Luís passou a ser uma pessoa muito fria, só queria fazer o mal.

Numa noite, foi a um bar, bebeu demasiado e entrou em conflito com um grupo de amigos que lá estava. Andaram todos à luta e Luís ficou bastante magoado. Uma linda e jovem senhora trabalhava nesse bar e sentiu muita pena dele. Ajudou-o a ir para casa. Curou-lhe as feridas, que eram imensas, e prometeu voltar no dia seguinte para ver como ele se sentia.

Logo pela manhã, a jovem foi à farmácia buscar medicação para as dores, pois ele não tinha nada em casa. Foi ao mercado buscar legumes frescos e fez uma sopa para levar. Ao chegar, bateu à porta, mas o Luís estava tão mal que lhe foi muito difícil abrir.

— Bom dia, Luís! Tu estás a arder em febre! Anda, vais comer uma sopa e tomar a medicação. Eu tenho de ir trabalhar, mas volto logo à noite para te ajudar — disse a linda senhora.

E assim foi. Ao voltar, à noite, o Luís estava um pouco melhor.

— Você é tão simpática comigo e eu nem sei o seu nome. Como se chama? — perguntou ele.

— O meu nome é Rosa. — Respondeu ela, um pouco envergonhada.

Foi então que Luís lhe contou a sua história de vida. Passava os dias a cometer erros, mas acreditava que fosse o seu destino infeliz. Nunca amou, nem foi amado, e vivia na amargura e na revolta. Até já tinha pensado em pôr fim ao seu sofrimento e à sua vida!

— Eu considero que os meus erros me impediram de ter um destino melhor — disse ele.

Nesse momento, a Rosa estava demasiado comovida, as lágrimas caíam-lhe pelo lindo rosto rosado. Pegou-lhe na mão e disse:

— O destino não existe, nós é que o traçamos e tu ainda vais muito a tempo de encontrar a felicidade.

Já era tarde, despediu-se com a promessa de voltar na noite seguinte. Nessa noite, o Luís não conseguia dormir e só pensava nas palavras da sua amiga e na maneira de lhe agradecer a sua amizade. Foi então que decidiu escrever um poema. Começou a pensar, mas só lhe vinham ideias más e de sofrimento! As palavras eram de revolta! Após várias tentativas falhadas, escreveu esta quadra:

“Erros meus, má fortuna, amor ardente
em minha perdição se conjuraram;
os erros e a fortuna sobejaram,
que para mim bastava o amor somente.”

Ao ver que o Luís lhe tinha escrito um poema, Rosa ficou muito feliz. Nunca lhe tinham feito isso antes.

Os dias passaram, o Luís começou a ver a vida de outra forma e a amizade foi crescendo entre os dois.


Um amor sobre nuvens

Daniela Purificação, 10.º B

Anoiteceu e a Lua apareceu... estava pronta para iluminar mais uma noite. Era rotina conversar com as suas amigas estrelas, porém, nesta noite, a Lua decidiu apreciar a beleza noturna da Terra. Havia inúmeras corujas e morcegos a voar e uma família a deixar a sua moradia. Não lhe era costume ver muitas pessoas.

No entanto, uma estrela avisou a Lua de que estaria prestes a acontecer um eclipse solar, ou seja, a Lua posicionar-se-ia diretamente entre a Terra e o Sol, projetando uma sombra que obscureceria parcialmente ou totalmente o disco solar, do ponto de vista terrestre. Mas a Lua só se focou numa palavra: “Sol”. Quem era Sol? Outra estrela explicou à Lua que o Sol é o maior corpo celeste do Sistema Solar, composto por astros que o orbitam, e que desempenha um papel fundamental para a manutenção da vida na Terra. Lua ficou completamente fascinada e ansiosa para o conhecer.

Quando se deu o eclipse, foi tal e qual como a estrela explicou à Lua. Todavia, Lua viu um brilho diferente no Sol, e não era por ele brilhar em si. Arrepios e nervos dominaram Lua como nunca fora dominada. Sentia uma emoção diferente, que nunca tivera antes.

Quando o eclipse terminou, Lua sussurrou com as suas companheiras. Uma estrela afirmou que Lua estava apaixonada e esta ficou assombrada, pois sempre ouviu dizer que o amor era cruel e desprezível. Entretanto a estrela acalmou-a, dizendo:

— Lua, o amor só é cruel e desprezível para quem merece que seja. Na verdade, o amor é algo brando, doce e piedoso e não podes acreditar naqueles que dizem o contrário, pois essas pessoas são cegas e apaixonadas e não amam verdadeiramente.

— As pessoas apaixonadas, ao contrário das que amam, provocam ira, não só nos Homens, mas também nos deuses, e o amor é um ato primordial e essencial da vida, portanto não será a última vez que o irás sentir, no entanto, também pode fazer sofrer — continuou outra estrela.

— O amor pode levar a momentos de ódio e descrença, ou seja, faz sofrer, mas é essencial na vida e nunca poderá deixar de existir. Faz parte do nosso ser, pois sem ele a vida não faria sentido e o amor não pode ser excluído dela — acabou a última estrela.

Lua ouviu com bastante atenção as amigas, contudo decide esquecer o assunto e continuar a observar a Terra, pois acredita que dois astros não se podem apaixonar.


O Desconcerto de Leandro

Diogo Fernandes, 10.º B

Era uma vez uma pequena vila escondida entre colinas verdes e riachos murmurantes, onde vivia um jovem chamado Leandro. Ele era conhecido pela sua mente inquieta e coração sensível, sempre perdido em pensamentos profundos e emoções intensas.

Leandro costumava passar horas à beira do lago, a contemplar as águas tranquilas e refletindo sobre a vida. Os seus amigos encontravam-no frequentemente perdido em devaneios e, preocupados com o seu silêncio, perguntavam-lhe o que se passava na sua mente.

Certa tarde, enquanto o sol se punha, pintando o céu de cores douradas, o seu amigo mais próximo, Gabriel, aproximou-se e, sentando-se ao seu lado, perguntou:

— Leandro, meu amigo, porque estás tão inquieto? O que tanto te aflige?

Leandro olhou para o horizonte, os seus olhos brilhando com uma tristeza suave, e respondeu com voz suave e introspectiva:

— É tudo quanto sinto, um desconcerto. Se me pergunta alguém porque assim ando, não sei dizer. Há algo dentro de mim que não consigo explicar, um tumulto de sentimentos que me deixa sem rumo.

Gabriel, com o seu coração compassivo, tentou entender o que o amigo estava a sentir. Ele sabia que algumas dores e confusões não podiam ser facilmente explicadas ou resolvidas, mas, ainda assim, desejava ajudar.

— Talvez — disse Gabriel, pondo uma mão reconfortante no ombro de Leandro —, encontrarás respostas com o tempo. O desconcerto pode ser um sinal de que algo novo e importante está por vir. Deixa que o tempo te guie e, até lá, sabe que não estás sozinho.

Leandro sorriu ligeiramente, sentindo-se um pouco mais leve com as palavras do amigo. Juntos, ficaram ali, observando o cair da noite, em silêncio, mas com um entendimento mútuo de que, mesmo no meio do desconcerto, a amizade e a esperança podiam oferecer algum consolo.

E assim, Leandro aprendeu a viver com o seu desconcerto, aceitando-o como parte da sua jornada. Continuou a buscar respostas e sentido, sabendo que, enquanto tivesse amigos como Gabriel ao seu lado, nunca estaria realmente perdido.


A Doçura do Amor

Eliana Alves, 10.º B

Numa aldeia remota, situada entre colinas verdejantes e campos dourados, vivia uma jovem chamada Sofia. Ela era conhecida pela sua gentileza e compaixão, características que refletiam a própria essência do amor.

Sofia cuidava dos doentes e feridos da aldeia, sempre com um sorriso no rosto e palavras de conforto nos lábios. O seu coração transbordava de compaixão e o seu toque suave era como uma pomada para aqueles que sofriam.

Certa tarde, enquanto Sofia caminhava pelo campo, encontrou um homem ferido, caído sob uma árvore. Os seus olhos escuros brilhavam com dor, mas também com uma cintilação de esperança ao ver a jovem aproximando-se. Com cuidado, Sofia tratou dos ferimentos do homem, enquanto ele contava a sua história. Era um viajante, vítima de um ataque cruel enquanto vagueava pela região. Mas, apesar do seu sofrimento, os seus olhos nunca perderam o brilho ao olhar para Sofia.

Enquanto ela cuidava dele, os dois compartilhavam conversas e risadas, e aos poucos o coração de Sofia ia-se abrindo para aquele estranho ferido. Ela sentia uma conexão profunda com ele, uma ligação que transcendia as palavras. Com o tempo, o homem recuperou-se completamente, mas o seu coração ainda pertencia a Sofia. Ele confessou os seus sentimentos por ela, expressando a sua gratidão e admiração pela gentileza e bondade que ela tinha mostrado.

Sofia, por sua vez, percebeu que o amor que florescia entre eles era verdadeiro. Havia encontrado alguém cuja ternura e compaixão combinavam perfeitamente com a sua.

E assim, sob o céu estrelado da aldeia, os dois celebraram a doçura e a suavidade do verdadeiro amor.

“Amor é brando, é doce e é piedoso”, sussurrou o homem, segurando a mão de Sofia com ternura.

“Quem o contrário diz não seja crido”, respondeu Sofia, sorrindo para o seu amado.

E ali, naquela noite mágica, o amor floresceu entre eles, iluminando as suas vidas com a sua luz radiante.


Último Suspiro

Gonçalo Pires, 10.º B

João caminhava pelo parque deserto, com o coração pesado. A carta que lia tinha palavras de despedida e dor, escritas por Maria, a mulher que amara profundamente.

“Que poderei do mundo ja querer,
Pois no mesmo em que puz tamanho amor,
Não vi senão desgôsto e desfavor,
E morte, em fim; que mais não póde ser?”

As palavras ecoavam na sua mente como um lamento contínuo. Ele lembrava-se dos dias felizes, agora distantes, e de como tudo se desmoronara aos poucos, sem que nada pudesse fazer para o evitar. Maria partira sem aviso, deixando apenas aquela carta triste e desesperançada.

“Pois me não farta a vida de viver,
Pois ja sei que não mata grande dor,
Se houver cousa que mágoa dê maior,
Eu a verei; que tudo posso ver.”

João sentou-se num banco, deixando que as lágrimas escorressem livremente. Ele sabia que precisava de seguir em frente, mas o vazio no seu coração parecia insuportável. As palavras de Maria revelavam uma dor que ele também partilhava, mas que não conseguira perceber a tempo.

Olhou para o céu, desejando que, de alguma forma, ela pudesse sentir o quanto ele ainda a amava. E ali, naquele parque silencioso, João fez uma promessa a si mesmo: viveria, por mais difícil que fosse, carregando no seu peito a memória do amor que tiveram e a dor da perda que agora o definia.


A Promessa Cumprida

Gonçalo Almeida, 10.º B

Numa pequena aldeia vivia Gabriela, uma mulher de cabelos negros e olhos que brilhavam como estrelas. Todos os dias, Gabi caminhava até à beira do rio, onde esperava pelo seu grande amor, Pedro. Juntos sonhavam com um futuro radiante, mas a guerra trouxe a separação.

Os dias passavam e as cartas de Pedro tornaram-se cada vez mais raras. Gabi, sentindo a solidão a consumir-lhe a alma, recordava o verso do poema de Camões: “pois meus olhos não cansam de chorar”. Todas as noites, ao pôr-do-sol, as lágrimas de Gabi regavam as margens do rio.

Um dia, quando Gabi já não tinha esperança, viu uma figura ao longe. Era Pedro, regressado da guerra. Os seus olhos encontraram-se e, num abraço apertado, os anos de separação desapareceram. Juntos, caminharam até à beira do rio, onde Gabi renovou a promessa de amor eterno.

Unidos pela força do destino e pelo poder das lágrimas que se transformaram em esperança, Gabi e Pedro souberam que o verdadeiro amor supera todas as adversidades. E assim, a aldeia testemunhou a promessa cumprida, envolta na beleza do rio que guardava os segredos de um amor eterno.


Um dia foi amor...

Inês Esteves, 10.º B

Cá vou eu aventurar-me a falar de um tema que para tanta gente é muito complicado e para outras muito simples, o Amor. Penso que posso dizer que todos nós, um dia, já o sentimos, uns mais forte, outros mais fraco, mas no final de contas é... e sempre será Amor.

Bem... a história que vim hoje contar é a de uma menina que, pela primeira vez, sentiu esse Amor profundo e grandioso ou pelo menos assim pensava, um Amor que, de repente, se torna tudo na vida dela. Sente-se feliz, completa, grata e amada por ter encontrado o tal homem “perfeito”, aos olhos dela. Pensa que vai ser um amor para toda a vida, que encontrou o primeiro, o seu verdadeiro amor e que está tudo perfeito, mas não, esse amor começa a consumir-lhe demasiada energia e torna-se num amor possessivo. Os dois já não têm tempo para mais nada, só para si próprios, e é aí que tudo começa a desmoronar-se. Começam as discussões por tudo e por nada, os desentendimentos, os ciúmes em excesso, tudo...

Começas, então, a ver e a perguntar-te se és mesmo feliz com aquela pessoa e se ela te faz realmente bem ou se é só o hábito que já se instalou e que não quer mais sair. Todos nós sabemos que, quando isto começa, nunca acaba bem, mas aquela menina tão doce, ingénua, persistente e genuína achava que não, achava que um amor assim não podia acabar de um dia para o outro, como se nada fosse, para ela não fazia sentido. Então, continuou a tentar, e a tentar, e a tentar, até que, numa terça-feira, decide mudar, decide acabar com o sofrimento que ambos sentiam ao estarem juntos, porque, querendo ou não, aquilo no fim já não era Amor.

O Amor que ele sentia por ela tornou-se um grande nada, tornou-se desrespeitoso e mau, tornou-se em algo que ela nunca teria pensado que se poderia tornar. Apesar de tudo, achava que a consideração continuaria lá, mas ele não. Mostrou ser uma pessoa que ela não conhecia, que ela achava que não existia, que nunca a iria tratar assim. Essa menina ficou desamparada com tanta maldade vinda da parte dele. Ela achava que poderia acabar tudo bem e que ali permaneceria o respeito e o Amor que um dia existiu, mas não, para ele, ela já não era nada, era algo de insignificante. Ele conseguiu desvalorizá-la ainda mais, quando se separaram. Fazia questão de tentar magoá-la e de a deixar mesmo no fundo do poço.

Mas o que ele não sabia é que ela era muito mais forte e madura que ele. Ela não ficou com rancor nem ódio, simplesmente entendeu e foi-se embora, porque, afinal de contas, tudo muda, “mudam-se os tempos, mudam-se as vontades, muda-se o ser, muda-se a confiança” e “do mal ficam as mágoas na lembrança, e do bem, se algum houve, as saudades”.


Porto seguro

Joana Rodrigues, 10.º B

Numa pequena cidade costeira, vivia Mariana, uma jovem com um coração inquieto e um espírito livre. Ela passava os dias à beira-mar, onde as ondas sussurravam segredos antigos e o vento cantava melodias misteriosas. Mariana estava apaixonada por João, um pescador que conhecia desde criança. Eram inseparáveis, compartilhando sonhos e construindo castelos de areia que prometiam durar para sempre.

Um dia, João partiu para uma longa viagem em direção ao alto mar, prometendo voltar rápido para junto dela. Mariana esperou ansiosamente pelo seu regresso, contando os dias e as noites, até que a espera se transformou na incerteza. As cartas que chegavam começaram a ser menos frequentes e mais curtas, e o coração de Mariana começou a ficar cheio de dúvidas e inseguranças.

Certa manhã, ao caminhar pela praia, Mariana encontrou uma garrafa que a maré tinha depositado na areia. Dentro dela, uma carta de João. Tremendo, abriu a carta e leu: “Sinto cada vez mais que já te esqueci! E jamais usarei a frase ‘eu amo-te’”.

As palavras perfuraram-lhe o coração como facas afiadas. Mariana sentiu o mundo a desmoronar-se ao seu redor. As ondas, que antes eram a sua companhia, tornaram-se pesadas e cruéis. Sentou-se na areia, a observar tudo em seu redor, à procura de algum sinal de esperança.

No entanto, a dor foi substituída por uma força desconhecida. Mariana levantou-se, segurando a carta firmemente. Ela sabia que não podia deixar o amor perdido defini-la. Decidiu que, ao invés de ser vítima das circunstâncias do amor, iria tentar superar e seguir em frente.

Os dias seguintes foram de autodescoberta. Mariana lançou-se em novas aventuras, aprendeu a velejar e tornou-se guia turística, levando visitantes aos recantos mais bonitos da sua cidade. Ela descobriu um novo amor-próprio e uma paixão pelo mar que não dependia de ninguém além dela mesma.

Certa tarde, enquanto conduzia um grupo de turistas, Mariana avistou algo familiar no cais. João tinha voltado, envelhecido e com os olhos cheios de histórias. Ele aproximou-se hesitante, mas antes que pudesse dizer qualquer coisa, Mariana interrompeu-o com um sorriso sereno.

“Não te amo mais”, disse ela suavemente, com uma certeza que vinha do fundo da alma. “Estaria mentindo dizendo que ainda te quero como sempre quis.”

João percebeu, então, que o amor que tinham compartilhado se tinha transformado, mas não desaparecido. Mariana tinha encontrado algo mais profundo e eterno: a força dentro de si mesma. E, com isso, eles despediram-se, cada um seguindo o seu próprio caminho, gratos pelo tempo que tiveram, mas prontos para novos desafios.

Mariana voltou ao seu barco, navegando pelo mar que agora era seu aliado, sabendo que, independentemente das tempestades, sempre encontraria um porto seguro dentro de si mesma.


Um Mover de Olhos Brando e Piedoso

José Neto, n.º 10, 10.º B

Clara, uma rapariga de Santana, vivia numa aldeia onde as manhãs eram sempre nebulosas e o sol só aparecia à tarde. Ela tinha uma aura pacífica e um efeito calmante sobre todos ao seu redor. Os seus olhos eram como poços de amor, sempre enviando uma mensagem calorosa e carinhosa a qualquer um que olhasse para eles.

Clara passeava pela feira da cidade quando o seu olhar se encontrou com o de Miguel, um talentoso escultor que acabara de se mudar para a vila. Miguel estava esculpindo uma linda estátua de mármore, na esperança de vendê-la e ganhar algum dinheiro. Clara não pôde deixar de se sentir atraída pela sua dedicação e habilidade. Então, aproximou-se dele lentamente, observando cada pequeno detalhe da escultura.

Miguel, sentindo o olhar atento de Clara, ergueu os olhos e fixou-os no olhar gentil e devoto dela. Naquele momento fugaz, o mundo ao seu redor desapareceu, deixando apenas o som das batidas do seu próprio coração. Miguel não pôde deixar de sorrir, o seu rosto iluminando-se com um sorriso genuíno e sincero, ao ser surpreendido pela natureza inesperada e cativante daquele momento. Clara retribuiu o gesto com uma suave inclinação de cabeça e os dois começaram a conversar.

— É um trabalho lindo — disse Clara, olhando para a escultura com admiração. Miguel, sentindo-se um pouco tímido, corou e disse:

— Obrigado! A escultura é a minha linguagem, quando as palavras me faltam. Isso permite-me transmitir os meus pensamentos e emoções de uma forma tangível. Quero compartilhar consigo a beleza que vejo, assim como o seu sorriso “brando e honesto” ilumina o meu dia.

O sorriso de Clara desta vez foi genuíno, não apenas um gesto educado, mas um reflexo da sua admiração pelo talento de Miguel e pelo vínculo inesperado que formaram.

Clara fazia questão de visitar Miguel na feira sempre que tinha oportunidade. Ela observou as suas mãos habilidosas, moldando o mármore e suas conversas tornaram-se mais profundas e significativas. Conversaram sobre as suas esperanças, preocupações e deram boas risadas juntos.

O ato gentil e atencioso de Clara mudou a vida de Miguel, dando-lhe motivação para criar coisas ainda mais incríveis. Enquanto Miguel dava os retoques finais à sua escultura, não pôde deixar de olhar para Clara, com os olhos cheios de uma nova apreciação pela sua beleza. Ele finalmente percebeu que esta jovem não era apenas uma musa, mas uma força poderosa que tinha mudado a sua vida para melhor. Ao aproximar-se dela, os seus olhos moviam-se com uma graça gentil e piedosa, cativando a sua atenção.

— Clara, você mudou a minha vida de uma maneira que eu nunca imaginei ser possível. É a peça que faltava para completar o quebra-cabeças do meu trabalho e encher o meu coração de alegria.

O coração de Clara aqueceu-se ao ouvir as suas palavras sinceras, e um sorriso gentil espalhou-se pelo seu rosto. O seu sorriso era caloroso e genuíno, sem qualquer sinal de hesitação ou incerteza. Ela apertou a mão de Miguel e, naquele momento, os dois souberam que haviam descoberto algo verdadeiramente especial.

Na pequena aldeia de Santana, a história de Clara e Miguel tornou-se uma história lendária sobre como um simples olhar, um coração bondoso e a beleza dos momentos do quotidiano podem mudar vidas. Eles viveram, imortalizados em estátuas e expressões alegres, celebrando o amor que tinha brotado de um simples olhar, cheio de bondade e devoção.


Morto por dentro

Margarida Carvalho, 10.º B

Há muito tempo, no mesmo planeta e universo em que vivemos, existia um rapaz que se sentia sozinho. Não sentia nada dentro dele, a não ser engano, pois a sua imaginação pregava-lhe partidas. Jay era o seu nome. Tinha problemas de ansiedade, autoconfiança e depressão. Apesar de tudo, encontrava sempre o caminho em direção da luz. Tinha uma enorme paixão. O nome dela era Nya. Ela era como uma suave onda do mar a encontrar-se com a areia, neste caso Jay. Eram amigos, os maiores e melhores amigos de sempre. Mas como era de esperar, Nya não sabia dos sentimentos de Jay.

Um certo dia, os dois amigos saíram depois das aulas e foram grafitar as paredes à beira da linha do comboio. Nya desenhava uma enorme baleia azul, pois amava o oceano. Jay também decidiu desenhar o que amava. Optou por grafitar o belo rosto de Nya. As suas pinturas ficaram bastante bem. Nya ficou feliz, porque Jay a desenhara e nesse momento Jay viu a oportunidade perfeita para falar do que sentia. Referiu que a pessoa mais importante da sua vida era Nya e que não conseguia viver sem ela. Nya não ficou surpreendida. Jay, no intuito de beijá-la, esqueceu-se que estavam na linha férrea e foram atropelados pelo comboio.

Sem dúvida que este acontecimento foi chocante, tal como Jay ter sobrevivido e Nya não. De alguma maneira, não ouviram o barulho do comboio e o inesperado aconteceu. Passados oito meses, Jay acordou do coma. Não tinha uma perna, uma mão e tinham-lhe retirado alguns órgãos devido aos danos provocados pelo acidente. Jay ficou pior ao saber que Nya tinha falecido do que por não ter algumas partes do corpo. Nunca se sentiu tão magoado, tão desfeito e, pior ainda, tão morto. A luz que lhe trazia vida para a sua vida estava morta. Não podia voltar atrás no tempo nem pedir um desejo. O que lhe restava era continuar cada dia, sem ver futuro nem felicidade.

Jay, estando numa cadeira de rodas, sentia-se vulnerável, mesmo com a companhia da sua família. Coisa rara, porque os que nos são mais próximos, por vezes, são os que nos são mais distantes. E com Jay era precisamente o que lhe acontecia. Só quando o acidente aconteceu é que a família se aproximou dele, e apesar de ter problemas de autoconfiança e de se sentir enganado, conseguia ver que, naquele momento, tudo era teatro.

Nya importava-se verdadeiramente com ele e não com os seus defeitos, pois ele era ele próprio e mais nada. Ao pensar isto, Jay apercebeu-se que Nya lhe fazia mais falta do que nunca.

Dias mais tarde, Jay não se sentia bem. Não por ter perdido partes do corpo, mas sim por não esquecer Nya. Não conseguia dormir, só chorava, estava zangado consigo próprio e pensava que a única solução seria acabar com a própria vida. Se lhe pergunta alguém porque assim anda, diz que tem de estar com ela. Se lhe pergunta alguém porque não ri, diz que tem de rir com ela. Se lhe pergunta alguém porque não dorme nada, diz que tem de sonhar com ela. Nya era a única em quem pensava.

Semanas depois, o desejo de Jay tornou-se realidade. Foi encontrado sem vida no seu quarto. Como antes dito, ele tinha de estar com ela. E estão enganados se pensarem que se foi embora sem se despedir. Jay deixara um pequeno bilhete. Dizia que lamentava muito por ter de partir assim, por não ser uma pessoa como as outras e que, apesar dos teatros todos, gostava da sua família. No fim, quando Jay chega ao suposto céu que todos dizem existir, sem causa, juntamente chora e ri ao ver Nya à sua espera. Isto sim, é verdadeiramente um amor incondicionalmente verdadeiro.


Um simples olhar

Pedro Sousa, 10.º B

Numa vila esquecida pelo tempo, havia uma velha casa à beira de um caminho íngreme e escuro. As janelas, sempre fechadas, escondiam histórias de um passado distante. Dizia-se que ali morava um homem de olhar triste, de qualquer alegria duvidoso, que passava os dias a contemplar o vazio.

Certo dia, uma jovem curiosa, movida pela compaixão, decidiu visitar a casa. Bateu à porta e esperou. O silêncio foi a sua única resposta, até que, lentamente, a porta se abriu. O homem apareceu, lançou-lhe um mover de olhos, brando e piedoso, que parecia carregar o peso de muitas vidas.

A jovem, sem entender a tristeza daquele olhar, ofereceu-lhe uma flor que encontrara pelo caminho. A simples gentileza pareceu tocar o coração do pobre homem que, pela primeira vez em anos, esboçou um sorriso.

Naquele momento, a jovem percebeu que a alegria pode ser encontrada nos gestos mais simples e que, às vezes, um olhar pode contar mais histórias do que mil palavras.


Uma decisão

Rodrigo Barbosa, 10.º B

Naquela tarde, a decisão estava tomada. Olhou para o horizonte, sentindo o peso das suas escolhas. “Não torne mais ao mundo”, disse em voz alta, como se falasse diretamente à sua alma. A certeza de que precisava de seguir em frente, sem olhar para trás, era inevitável.

Os dias que antecederam aquele momento foram repletos de incertezas e medos. Mas agora, com a mente clara, sabia que qualquer retorno ao passado seria um erro. No entanto, uma dúvida persistia: e se se tornar inevitável? Se o destino, com a sua ironia, a trouxesse de volta ao ponto de partida?

Fechou os olhos e imaginou essa possibilidade. Se realmente fosse obrigada a retornar, preferia que algo grandioso acontecesse, algo que mudasse tudo de uma vez. “Eclipse nesse passo o sol padeça”, murmurou, desejando que o próprio universo conspirasse para apagar qualquer vestígio da sua antiga vida.

Respirou fundo e, com passos firmes, seguiu em frente. Cada passo dado era uma afirmação da sua determinação. O futuro, embora incerto, agora parecia mais promissor. E, assim, com coragem renovada, decidiu nunca mais olhar para trás, abraçando o desconhecido com esperança.


A mulher ao pé do moinho

Sara Esteves, 10.º B

Era uma vez um homem muito rico que vivia numa grande casa, cheia de mobília luxuosa e empregados prontos a servi-lo. O homem ultrapassara todo o tipo de obstáculos para chegar a este ponto da sua vida, mas sentia-se vazio. Todo este luxo trazia-lhe felicidade, porém não era suficiente.

O homem tomou, então, a decisão de viajar e encontrar outra fonte de felicidade.

Um dia, chegou a uma pequena aldeia e decidiu comprar uma pequena casa. Talvez apenas precisasse de simplicidade.

Nos seus primeiros dias, o homem explorou a simples vila. Da estação de comboio até ao mercado, foi conversando com os aldeões, que lhe davam as boas-vindas.

Reparou que não havia muitas pessoas na vila: fossem viajantes ou aldeões.

― Ninguém quer viver numa pequena vila no fim do mundo, mesmo sendo muito pacífica. ― Disse-lhe uma senhora já de idade, que trabalhava na padaria, sorrindo. ― Mas tenha cuidado para não vaguear muito nos bosques. Tem havido pessoas a desaparecer. Deve haver algum animal selvagem.

Na segunda semana de vida na aldeia, o homem já conhecia quase toda a gente e tinha doado algum do seu dinheiro para obras públicas, tais como reparar a fonte da praça e ajudar a pintar algumas casas velhas. De facto, ele encontrara uma família naquele local remoto, mas ainda não se sentia completo.

Num final de tarde quente, quando o céu estava já colorido de tons de laranja e rosa, o homem percorreu um caminho de terra batida em direção a um velho moinho. Tinha discutido com os seus amigos a ideia de o reparar e ia ver as condições em que estava.

O homem parou, rodeado por cercas de madeira que estavam quase desfeitas, para apreciar a paisagem. Ali estava o moinho, erguido no topo de uma inclinação, rodeado por um vale de flores de tons amarelos e brancos.

Esta paisagem despertou no homem um sentimento difícil de descrever. Enquanto admirava o cenário, algo se destacou. Uma jovem mulher caminhava ao fundo, uma mulher que ele nunca antes vira.

Nem no campo flores, Nem no céu estrelas, se podia encontrar uma beleza como a dela. O homem decidiu aproximar-se. Ela tinha a pele clara e os cabelos longos e pretos, usava um vestido folhado preto e uns sapatos de couro escuro e brilhante.

Quando ela o viu, sorriu docemente. O homem apaixonou-se pelo seu rosto delicado, coberto de sardas e pelos seus olhos esverdeados. Ela era a resposta para o vazio que sentia.

O homem começou a trazer-lhe joias de ouro e muitos outros presentes. Encontravam-se sempre no mesmo local, à mesma hora.

Com o passar do tempo, o homem ficava cada vez mais obcecado com a mulher de cabelos negros. Passava o dia em casa à espera da hora do encontro e deixara de falar com os aldeões, que estavam preocupados com ele e tentavam constantemente contactá-lo, mas ele só saía de casa ao final da tarde e apenas se dirigia ao moinho.

Até que um dia ninguém o viu regressar.

No dia seguinte, os seus amigos foram à sua procura, mas ele não estava em lado nenhum. A única pessoa que viram foi uma mulher com um vestido branco manchado de vermelho, sentada na orla da floresta, à distância.


Memórias...

Tiago Garceis, 10.º B

Era uma tarde cinzenta, envolta numa névoa nostálgica, quando Mateus caminhava pelo velho parque da sua juventude. As árvores, altas e imponentes, pareciam sussurrar segredos antigos ao vento. Ele segurava um velho caderno de capa gasta, onde guardava memórias do seu passado, especialmente as de Clara.

Clara tinha sido o amor da sua vida, uma chama brilhante que aquecera os seus dias e iluminara as noites mais escuras. Mas, tal como as estrelas cadentes que riscam o céu brevemente antes de desaparecer, ela também se fora, levada por uma doença cruel que a ceifara cedo demais.

Sentando-se num banco de madeira desgastada, Mateus abriu o caderno e começou a ler as palavras que ele próprio escrevera há tantos anos. “Alguma cousa a dor que me ficou da mágoa, sem remédio, de perder-te,” escreveu ele numa das páginas. As palavras ressoavam agora com a mesma intensidade de quando as escrevera, como se a dor nunca tivesse realmente desaparecido.

As folhas das árvores dançavam ao som do vento, e Mateus fechou os olhos, deixando que as memórias o envolvessem. Lembrou-se dos passeios à beira-mar, dos risos partilhados e dos olhares cúmplices. Clara tinha um espírito livre e uma alegria contagiante que fazia tudo parecer mais vivo, mais vibrante.

Mateus ergueu o olhar para o céu nublado, perguntando-se se algum dia conseguiria superar a perda. A mágoa de perder Clara era uma ferida aberta, uma dor que se instalara no seu peito e recusava sarar. Mas, ao mesmo tempo, havia uma estranha beleza na dor, um testemunho do amor profundo que sentira por ela.

Ele sabia que não havia remédio para a sua mágoa. A vida seguia em frente, impiedosa, mas as memórias de Clara permaneciam, vivas e pulsantes. Eram essas memórias que lhe davam força para continuar, uma prova de que o amor verdadeiro nunca se desvanece completamente, mesmo após a perda.

Com um suspiro profundo, Mateus fechou o caderno e levantou-se, decidido a seguir em frente. A dor ainda estava lá, latente, mas ele aprendera a viver com ela, a abraçar a tristeza como parte do seu ser. E assim, com o coração pesado, mas cheio de amor, ele continuou a caminhar pelo parque, sabendo que Clara estaria sempre com ele, nas memórias e na alma, como uma estrela que jamais se apaga.


Os erros e a fortuna sobejaram, Que pera mim bastava amor somente

Tomás Gomes, 10.º B

Num pequeno vilarejo, Miguel, um carpinteiro generoso, era apaixonado por Isabela, filha do homem mais rico da região.

Embora muitos cortejassem Isabela, ela também amava Miguel, mas a diferença de classes entre eles era um grande obstáculo. Um dia, um sábio chegou à aldeia e, ao ver Miguel, disse: “Os erros e a fortuna sobejaram, que pera mim bastava amor somente.” Inspirado, Miguel pediu a mão de Isabela ao pai dela, que impôs um desafio: provar seu valor num ano.

Miguel trabalhou incansavelmente, ganhando o respeito de todos. No final do ano, o pai de Isabela, convencido da honestidade e dedicação de Miguel, deu a sua bênção ao casamento. Miguel e Isabela casaram-se, construindo uma vida feliz baseada num amor verdadeiro, que superou todas as adversidades.


A verde natureza

Inês Eiras, 10.º B

Era uma vez um vale encantado, rodeado por campos de um verde tão vibrante que pareciam cor de limão. As árvores dançavam ao vento, os pássaros cantavam em harmonia e a natureza, na sua bela forma, estendia-se ante os olhos de quem se aventurasse por lá.

Em meio a toda aquela exuberância, vivia uma família de camponeses. Eles cultivavam o solo fértil e colhiam os frutos da terra com gratidão, sabendo que a vida ali era um constante presente da natureza. A cada amanhecer, os campos enchiam-se de vida, cores e aromas, como se a própria mãe natureza estivesse a sorrir para eles.

Um dia, porém, uma sombra abateu-se sobre o vale. Uma praga tinha-se instalado nos campos, deixando a verdura bela coberta por manchas escuras e murchas. Os camponeses, desesperados, viam o seu sustento ser ameaçado pela devastação que se espalhava rapidamente.

Mas a coragem e a determinação não faltavam naquele lugar. Com trabalho árduo e muito amor pela terra, os camponeses uniram-se para combater a praga. Dia e noite, dedicavam-se a salvar o que restava dos campos, lutando com todas as forças para restaurar a beleza perdida. E, aos poucos, o verde foi retornando. Aos poucos, a vida foi renovada e a esperança voltava a brilhar nos olhos daquela família. E, finalmente, os campos voltaram a florescer.

Verdes são os campos, de cor de limão e campo que se estende com verdura bela. Assim era aquele vale encantado, onde a força da união e o amor pela terra foram capazes de superar qualquer adversidade, trazendo de volta a beleza e a vida que ali habitavam.

Contos Imperfeitos: maio / Turma 10.º B, ano letivo 2023-2024

“Um não sei quê que nasce não sei onde / Vem não sei como e dói não sei porquê” – Luís de Camões