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O permafrost
“A bomba relógio”
O permafrost formou-se durante a idade do gelo e, devido à sua
antiguidade, foi acumulando grandes quantidades de metano e carbono
provenientes da matéria orgânica decomposta no seu interior. É um tipo
de rocha ou solo congelado, resultante de temperaturas iguais ou
inferiores a 0 ºC, durante dois anos consecutivos, associando-se a zonas
periglaciares, que estão sujeitas a um processo intenso de congelamento
e degelo a grandes altitudes.
O permafrost não contém obrigatoriamente água. Esta pode estar
congelada, parcialmente congelada ou descongelada.
Quanto à sua localização...
Este tipo de solo existe na região do Ártico, onde se estima que quase um quarto dos solos tenha permafrost. O hemisfério sul apresenta uma menor quantidade em relação ao hemisfério norte, devido a que a uma menor percentagem de terra. O efeito amenizador do oceano evita que a terra congele.
Degelo: uma grave ameaça para o planeta...
O degelo do permafrost avança em função das alterações climáticas decorrentes do aumento das emissões de gases efeito de estufa (GEE), estimulado pelas atividades humanas, atingindo um ponto crítico e tendo graves consequências para o futuro. À medida que as temperaturas aumentam, esta camada permanentemente congelada irá derreter e libertar metano e carbono, assim como vírus e bactérias. Após a sua fusão, atua como cimento ligando os materiais entre si, podendo ocorrer desmoronamentos.
Algumas consequências...
Em primeiro lugar são causados danos aos ecossistemas e à sua biodiversidade,
convertendo partes da tundra em paisagens, fazendo com que a flora local
desapareça. Por exemplo, quando o permafrost descongela, localizado
sob corpos de água, esta filtra-se no terreno, provocando secas.
Posteriormente, ocorrem desmoronamentos e acidentes geológicos.
Para terminar, advém a libertação de gases de efeito de estufa,
vírus e bactérias.
Vírus e bactérias...
Além dos efeitos climáticos, o degelo do permafrost, que abriga bactérias e vírus, também representa uma ameaça para a saúde. Em 2016, um menino faleceu na Sibéria após ser contaminado por antraz, o que não acontecia há 75 anos na região. Para os cientistas, a causa foi o descongelamento de um cadáver de rena que tinha sido vítima de antraz. A bactéria mortal, conservada no permafrost durante mais de um século, foi então libertada, causando a morte de várias pessoas.
De que modo podemos evitar o degelo do permafrost?
Uma vez que está ao nosso alcance, devemos tomar medidas o mais rapidamente possível para evitar o degelo do permafrost. Algumas das metas impostas pelos cientistas ao longo dos últimos anos têm como objetivo:
Embora estas medidas tenham de ser tomadas em consideração, existem muitas outras que ajudarão a preservar o permafrost. Todavia, caso não sejam adotadas, o desfecho poderá ser catastrófico.
Autoria: Leonor Guerreiro, n.º 14; Mara Santos, n.º 17; Nicole Araújo, n.º 22; Tiago Barbosa, n.º 24; 10.º A (2022-2023)
“Men argue. Nature acts.” – Voltaire