A Páginas Tantas
O galo e a raposa
Conto popular
Certo dia, estava um imponente galo empoleirado no alto de uma cerejeira, todo vaidoso, a exibir os seus dotes de grande cantador, com que pretendia impressionar as galinhas das redondezas.
Pelas imediações vagueava uma raposa matreira, à procura de almoço, e, ao ouvir os estridentes sons do cantador, logo pensou que a refeição estava próxima e tentou aproximar-se sorrateiramente para surpreender o galináceo.
Porém, quando viu que o seu alvo estava inacessível, tratou de urdir um estratagema para ver se enganava o tagarela.
Então, como quem não quer a coisa, a raposa pôs em marcha o seu astucioso plano.
— Bom dia, amigo galo, então, já sabe da novidade?
— Novidade? — Ripostou o galo — Mas que novidade?
— Então, — disse a raposa — foi publicado um decreto real em que se determina que todos os animais devem ser amigos e conviver em paz e harmonia.
— Ah! — exclamou o galo. — Não sabia… E já entrou em vigor?
— Já — respondeu a raposa. — Desça cá para baixo que vamos passear e conversar como bons amigos…
— Pois… eu descia… mas estou a ver que vêm aí dois enormes cães e parece que não trazem cara de bons amigos…
— Ah… pois é… e eu também estou cheia de pressa, vou indo… adeus…
E assim, a astuta raposa foi-se afastando “de fininho”, não fosse ficar com o casaco esburacado pelas poderosas dentuças dos seus parentes domésticos.
“Reading is essential for those who seek to rise above the ordinary.” – Jim Rohn