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O aquecimento global explicado
A tua educação deve promover o respeito pelo meio ambiente. – Artigo 29.º da Convenção sobre os Direitos da Criança
A nossa vida é muito diferente da dos nossos antepassados. Os automóveis, os caloríferos que aquecem as casas quando chega o inverno, os eletrodomésticos que trabalham por nós e os aviões nos quais viajamos até países longínquos são “novidades” dos tempos recentes. Em particular, foi nos últimos duzentos anos que ocorreram alterações rapidíssimas na forma de viver. A tecnologia revolucionou por completo a existência humana.
Muitos dos hábitos da vida moderna, porém, são possíveis porque queimamos combustíveis fósseis: por exemplo, a gasolina que faz funcionar os motores dos automóveis ou o carvão que é queimado nas centrais e transformado na eletricidade que faz funcionar as máquinas de lavar e todos os nossos eletrodomésticos, ou os gases naturais extraídos do subsolo e utilizados para aquecer as casas. Para vivermos como vivemos hoje, queima-se muitíssimo combustível, mesmo que não nos apercebamos disso porque acontece nos motores dos carros, fechados debaixo do capô ou em centrais elétricas longe das cidades e dos locais onde vivemos.
Queimar combustíveis, porém, tem um efeito colateral: lança-se na atmosfera aquilo a que os cientistas chamam gases de efeito de estufa. O mais “famoso” gás de efeito de estufa é o dióxido de carbono.
Estes gases acabam por pairar no ar, por cima das nossas cabeças, sobem ao céu e aí ficam, acumulando-se. Deixam passar os raios do Sol, mas depois retêm o calor.
A atmosfera terrestre cria de forma natural aquilo a que os cientistas chamam “efeito de estufa”: retém parte do calor do Sol, fundamental para que possa haver vida no nosso planeta. O problema é quando os gases poluentes se acumulam e o efeito de estufa é alterado.
Com lentidão, ano após ano, as temperaturas sobem. Faz cada vez mais calor, ainda que seja difícil apercebermo-nos disso na vida de todos os dias, porque é um aumento vagaroso e gradual. Os estudiosos registam as temperaturas de vários pontos do mundo com grande precisão. São precisamente eles que nos alertam: as consequências destas alterações podem ser muito sérias.
Alguns avisos podem já ser percebidos: os gelos perenes derretem, o nível dos oceanos sobe, o clima torna-se cada vez mais imprevisível. Há zonas em que deixa de chover e outras em que acontecem tempestades e furacões com maior frequência.
Trata-se de um fenómeno muito complexo. É de facto difícil prever com segurança o que sucederá, embora os cientistas monitorizem a situação de uma forma constante. A certeza é que são muitos os que defendem a importância de reduzir as emissões de gases de efeito de estufa e de limitar ao máximo o sobreaquecimento do planeta.
Fonte: A admirável história de Greta Thunberg, Valentina Camerini. / Ilustração: Maribel Lechuga
“The best way to predict the future is to create it.” – Abraham Lincoln