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Porque são as fake news um problema sério?
Em qualquer das suas variantes, as fake news são sempre informação falsa criada com o objetivo de enganar ou manipular. Algumas vezes com consequências irrelevantes, outras vezes constituindo crimes graves.
Num sentido mais amplo, podem abranger todas as falsidades que pretendem enganar as pessoas, muitas vezes com o objetivo de tirar proveitos económicos ilegítimos.
Há aplicações maliciosas que permitem o acesso dos seus criadores aos dispositivos eletrónicos que as instalaram. Dessa forma, conseguem bloquear o acesso dos donos e utilizadores aos seus smartphones, tablets ou computadores. Por vezes, a devolução do acesso só é permitida mediante o pagamento de um resgate em criptomoedas, isto é, dinheiro digital. A este tipo de ataque chama-se ransomware. Muitas vezes estes engodos são iniciados com notícias falsificadas, com intuito de conferir seriedade à armadilha montada.
Por outro lado, as fake news também podem configurar crimes de incentivo ao ódio, à violência, à discriminação, à xenofobia ou ao racismo e são especialmente perigosas quando estão associadas a fins políticos, seja de promoção ou de combate a valores, ideias ou lideranças políticas. Quem usa a expressão fake news no seu sentido mais restrito aplica-a a estes casos de manipulação da opinião pública, dos cidadãos, com o objetivo de alcançar resultados políticos.
A existência de informação verdadeira e factual disponível para todos é condição essencial para que os cidadãos possam avaliar o comportamento dos seus dirigentes, recusar o que possa prejudicar os seus interesses, apoiar o que consideram justo e escolher, de forma esclarecida, o melhor para si e para a comunidade.
Desta forma, a divulgação de informação verdadeira sobre o mundo que nos rodeia é um bem extremamente valioso que devemos preservar. A sua importância está refletida na própria Constituição da República Portuguesa, nos artigos 37.º e 38.º. O acesso a informação livre e isenta, ou seja, o direito a informar e a ser informado, e a liberdade de Imprensa são direitos fundamentais dos portugueses, que podem ser invocados mesmo contra os próprios órgãos de soberania.
Fonte: Cidadão ciberinformado [MOOC]. NAU. https://lms.nau.edu.pt/
“The truth is rarely pure and never simple.” – Oscar Wilde