Fio de Leitura
Passo a passo para professores
2. Caixa do Fio de Leitura
3. Iniciar a aula com leitura
1. Conhecer a proposta
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Ler a apresentação da atividade: nesta página, em reuniões, email ou cartazes.
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Compreender que a leitura pode ser integrada em todas as disciplinas, como momento inicial da aula.
2. Caixa do Fio de Leitura
- Os cartões encontram-se numa caixa, na sala dos professores, junto a um expositor.
- Escolha um cartão com citações, sinopses, provérbios ou inutilidades.
- Leve o cartão para a aula.
3. Iniciar a aula com leitura
-
No início da aula, leia o conteúdo do cartão aos alunos.
-
Se preferir, peça a um aluno voluntário para ler.
-
Dediquem dois ou três minutos a comentar a frase, ligando-a à disciplina
(ex.: Matemática → reflexão sobre lógica; História → ligação a um
autor da época; Ciências → curiosidade científica).
4. Estimular a participação dos alunos
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Incentive os alunos a trazerem as suas próprias frases, ditos ou inutilidades.
-
As contribuições podem ser colocadas na caixa ou enviadas através do
formulário de contacto.
7. Partilhar experiências
5. Recolher e devolver
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No final da aula, devolva o cartão à caixa, na sala de professores.
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Assim, outros colegas poderão utilizá-lo em momentos futuros.
6. Complementar com requisição de livros
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Incentive os alunos a pesquisarem frases em livros, na biblioteca escolar ou na sala de aula.
-
Motive para a requisição das obras.
7. Partilhar experiências
-
Troque impressões com colegas sobre as frases ou os textos que resultaram melhor.
-
Partilhe sugestões com a equipa da biblioteca escolar para enriquecer a atividade.
8. Duração e finalidade
- Duração por aula: 5 minutos, no máximo.
-
Finalidade: Criar um fio condutor de leitura em toda a escola, reforçando a
compreensão, o sentido crítico e o gosto pela leitura.
Sugestões de atividades
Nível: todos os níveis
Título: Jogo de trivialidades
Descrição:
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O professor lê a frase que consta no cartão.
-
Se for uma citação, pode transformar a leitura num jogo, possibilitando à turma identificar
o seu autor, através de um exercício de escolha múltipla.
-
Por exemplo, quem afirmou: “Somos como borboletas que voam por um dia e pensam que é para
sempre”?
a) Rómulo de Carvalho; b) Charles Darwin; c) Carl Sagan
O Novo Livro das Inutilidades, de António Costa Santos, está cheio
de curiosidades, ditos, frases insólitas e notas divertidas — perfeito
para enriquecer o Fio de Leitura.
Nível: 2.º Ciclo
Título: Curiosidades que fazem pensar
Descrição:
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O professor retira um cartão inspirado no livro, que poderá começar por “Sabias que…?”.
-
A turma escuta a curiosidade e tem de inventar uma pequena história
ou desenho que a explique ou transforme em “quase verdade científica”.
-
No final, os alunos partilham os trabalhos em voz alta e entregam os registos ao professor.
Exemplo de frase: “Sabias que os caracóis dormem até três anos
seguidos? E se os alunos também pudessem hibernar nas férias?”
Título: Inutilidades ilustradas (atividade mais longa)
Objetivos: Ligar a curiosidade à criatividade; trabalhar a leitura, a expressão oral e a imagem.
Duração sugerida: 1 aula para exposição / montagem.
Descrição:
-
O professor explica que vão criar “inutilidades” ilustradas — frases curiosas ao estilo do livro.
- Distribui as inutilidades e projeta imagens ilustrativas.
- Os alunos ilustram a sua “inutilidade”.
- Os alunos apresentam o facto descrito e explicam a ilustração.
Extensão: Exposição dos trabalhos nos espaços comuns da escola.
Nível: 3.º Ciclo
Título: Inutilidades que se transformam em debates
Descrição:
- O professor lê uma “inutilidade” retirada do livro.
- A turma divide-se em dois grupos: um defende que a “inutilidade” afinal
é útil, o outro defende que é mesmo inútil.
- No final, toda a turma vota na argumentação mais criativa.
Exemplo de frase: “Sabias que um crocodilo não consegue pôr
a língua de fora? Mas será mesmo útil ter língua?”
Título: O Livro das Novas Inutilidades (atividade mais longa)
Objetivos: Produzir textos curtos humorísticos ou informativos;
praticar a escrita, a edição de texto e a comunicação oral.
Duração sugerida: 1 aula.
Materiais: Cartões com inutilidades, papel para jornal, computador para edição básica.
Descrição:
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Introdução: o professor lê três inutilidades do livro e discute o tom (irónico, absurdo, curioso).
-
Formação de grupos e escolha de um tema: ciência, música, desporto, literatura...
-
Criação de conteúdos: cada grupo inventa duas inutilidades originais
e escreve um pequeno texto explicativo, humorístico.
-
Escolha do formato de saída: jornal mural ou página Web.
-
Edição da página do jornal (layout, títulos).
-
Partilha: afixação das páginas nos espaços comuns da escola ou publicação online.
Nível: Ensino secundário
Título: Manual das (In)utilidades Literárias
Descrição:
-
Cada turma recebe frases ou curiosidades do livro.
-
Os alunos, em grupo, têm de transformar essas curiosidades em
pequenos textos literários (microcontos, poemas ou crónicas).
-
Os textos são reunidos num “Manual das (In)utilidades do
Secundário”, em formato digital ou físico, para ficar disponível
na biblioteca escolar.
Exemplo de frase: “Sabias que o coração humano bate mais
de 3 mil milhões de vezes ao longo da vida? Mas nenhum manual
escolar conta isso de forma poética...”
Título: Inutilidades filosóficas (atividade mais longa)
Objetivo: Trabalhar a análise crítica e a produção criativa (texto curto, debate).
Duração sugerida: 1 aula (debate + produção).
Materiais: Cartões com inutilidades, papel A4.
Descrição:
- O professor distribui inutilidades: cada aluno recebe um cartão.
-
Leitura e contextualização: o professor lê uma frase em voz alta e explica
a ligação possível a temas mais amplos (identidade, tecnologia, memória...).
-
Debate em pequenos grupos: discutir — a) é só curiosidade ou contém crítica
social? b) que conexões literárias ou filosóficas sugere?
- Produção: atividade escrita. O professor apoia com perguntas-guia (ver abaixo).
- Apresentação: leitura pública.
- Síntese: compilação dos melhores trabalhos para exposição intitulada “Sábias Inutilidades”.
Perguntas-guia para orientar os alunos:
- O que revela esta inutilidade sobre a nossa sociedade?
- Em que contexto poderia tornar-se “útil”?
- Que autor ou obra literária te faz lembrar esta ideia?
Avaliação: Profundidade da reflexão, qualidade da escrita
ou performance, capacidade de ligar o absurdo a temas relevantes.
Manifesto
O “Fio de Leitura” é um espaço-projeto
livre dentro da escola, um momento para ler sem correntes e imaginar
sem limites.
- Aqui, não há interpretações “certas” ou “erradas”.
- Um poema pode ser lido como música.
- Uma inutilidade pode dar origem a um desenho, piada ou segredo.
- Uma frase pode ser só um sorriso ou um espanto… já valeu a pena.
O que pedimos aos professores é simples:
- Iniciem cada aula com um cartão do “Fio de Leitura”.
- Leiam sem explicar logo.
- Perguntem: “O que vos lembra? O que vos apetece fazer com isto?”
- Deixem os alunos recriar, desenhar, rimar, inventar, rir, pensar...
Este fio é feito da imaginação de todos.
Sem notas, sem estudos obrigatórios, sem temas a condicionar.
É leitura como deveria ser: um espanto partilhado.
