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Jornal Escolar AE Muralhas do Minho | 2024-2025


A cidadania na ecossustentabilidade

Sara Correia, 12.º B | 07-11-2024

Os cidadãos devem estar imbuídos de uma cultura da participação, agindo consciente e responsavelmente dentro da sociedade.

A criação de passes de transportes públicos mais económicos é uma medida ecossustentável.

Ser cidadão é ser-se consciente, crítico, respeitador e, em grande parte, sustentável. Um bom cidadão tem em conta a sua pegada ecológica e incentiva os que o rodeiam a seguir o seu exemplo, promovendo o desenvolvimento sustentável em todas as suas vertentes.

Como é do conhecimento geral, a cidadania começa em casa e, por isso, devem ser as crianças o principal público-alvo. Comportamentos básicos e de compreensão e execução simples, como aprender sobre os 5 Rs e a reciclagem são um excelente ponto de partida, mas insuficientes para fazer um grande impacto. Assim, é importante ensinar, nos jardins de infância e nas escolas do 1.º ciclo, sobre o impacto do desperdício de água e alimentos e respetivas funções, que passam, principalmente, pela reutilização. Ainda na área do ensino, mas já no 2.º e 3.º ciclos e ensino secundário, considero que o grande foco deveria ser na despoluição e na utilização de energias renováveis, assuntos que podem facilmente ser ligados às disciplinas da área das ciências. Também seria de valor implementar saídas para a natureza, com o intuito de ajudar na limpeza e preservação da mesma, bem como visitas a ETAs, ETARs, empresas de reciclagem e de produção de hélices ou painéis solares, por exemplo.

Para além da educação, muitas outras áreas devem ser promotoras de desenvolvimento sustentável, como por exemplo, o turismo, afinal não foi aleatoriamente que surgiu o conceito do eco-turismo. As pessoas cada vez mais procuram destinos ecológicos, com natureza e atividades que não a comprometam. Quanto mais se incentivarem as pessoas a procurar tais destinos, mais o turismo se terá de moldar e de se sustentabilizar, o que só traz benefícios. Apesar de esta ser uma área de grande peso, especialmente em Portugal, é na política que se encontra a chave para a grande porta da sustentabilidade. A relevância da vertente ambiental nas negociações e planificações políticas tem vindo a aumentar, muito devido aos objetivos propostos por organizações não governamentais como a ONU, que tem sido o principal motor de desenvolvimento ecológico e sustentável.

A ONU tem incentivado os países de todo o mundo a implementar políticas e leis que contribuam para travar o aquecimento global, a poluição, a escassez de água, entre outros. Porém, os países deviam ser mais autónomos e inovadores, na criação das mesmas, de modo a responder com mais eficácia às necessidades dos seus cidadãos. Implementação de luzes Led em todos os edifícios e recintos urbanos; criação de passes de transportes públicos mais económicos; construção de mais ecopistas, ecovias e ciclovias, bem como mais parques e áreas verdes, sem nunca descurar a manutenção dos mesmos; implementação de materiais mais sustentáveis na construção; aposta nas energias renováveis, principalmente, nas escolas, empresas e edifícios de grandes dimensões; criação de mais canais subterrâneos para a captação e reutilização de águas da chuva e, sobretudo, financiamento de projetos de investigação e de inovação, que visem a melhoria das condições de vida de todos, são algumas estratégias de desenvolvimento ecossustentável que deveriam ser promovidas. A meu ver, só com as medidas acima referidas e a consciencialização da população é possível tornar as cidades, os países e o mundo um pouco mais verdes.

Em suma, ser cidadão é ser-se ativo e, só com motivação, dedicação e ação é possível promover a cidadania ambiental e ecológica, desenvolvendo um ambiente adequado para as gerações vindouras.

“The greatest threat to our planet is the belief that someone else will save it.” – Robert Swan