Jornal Escolar AE Muralhas do Minho | 2024-2025
Da teoria à prática na participação das crianças e jovens. O que sugere o modelo Lundy?
Rosa Mendes | 02-12-2024
O modelo Lundy foi desenvolvido pela investigadora Laura Lundy, Professora na Queen’s University Belfast. O enquadramento deste modelo encontra-se no artigo 12.º da Convenção sobre os Direitos da Criança.
Opinião da criança – A criança tem o direito de exprimir livremente a sua opinião sobre questões que lhes digam respeito e de ver essa opinião tomada em consideração.
A proposta de Lundy contempla quatro elementos: espaço, voz, audiência e influência.
De forma a assegurar que as crianças têm um espaço seguro e inclusivo para dizer o que pensam, que a sua voz tem lugar, que há quem as escute e que os seus pontos de vista importam, Lundy propõe que consideremos algumas perguntas.
Espaço
Voz
Audiência
Influência
Cabe aos adultos garantirem que o espaço é seguro e inclusivo para que as crianças possam expressar as suas opiniões e que estas são escutadas por alguém que tem um papel na tomada de decisão.
Também é importante esclarecer as crianças e os jovens sobre as matérias sobre as quais as suas opiniões devem versar, bem como sobre os modelos de participação em curso.
O feedback sobre as decisões tomadas e os contributos das crianças e dos jovens nessas decisões é fundamental para garantir transparência nos processos, bem como para gerir as expectativas de cada uma das crianças ou jovens intervenientes.
Outras questões
Num artigo publicado no blogue Primeiros Anos, a investigadora Nadine Correia elenca um conjunto de perguntas que nos permitem pensar sobre a forma como consideramos a participação das crianças e dos jovens:
Na sua escola ou na sua sala, existe um espaço participativo que encoraje a expressão das vozes das crianças? As crianças têm a oportunidade de se expressarem de múltiplas formas, de acordo com as suas características, necessidades e preferências?
Na sua escola ou sala, existe uma audiência das ideias e perspetivas das crianças, por parte dos adultos responsáveis por tomar decisões? As crianças são consideradas nas decisões que estão a ser planeadas e discutidas? Podem, efetivamente, exercer influência nos assuntos que lhes dizem respeito?
Os vários profissionais articulam e cooperam, entre si, para promoverem a participação das crianças (e.g., refletem em conjunto, partilham estratégias)? Existe, também, articulação com as famílias das crianças ou com a comunidade local, para que a participação possa ser promovida de uma forma transversal, nos diversos contextos?
Lundy Model of Participation. Comissão Europeia.
“The real safeguard of democracy is education.” – Franklin D. Roosevelt