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Jornal Escolar AE Muralhas do Minho | 2024-2025


500 Anos de Camões

Das Tormentas à Boa Esperança: a passagem do cabo

História | 20-01-2025

As viagens dos navegadores portugueses tinham como objetivo descobrir novas terras e expandir a fé cristã. Mas também havia motivações económicas.

Ilustração: Vinicius Goulart

Quando os portugueses perceberam que a navegação era possível ao longo da costa de África, um dos grandes objetivos passou a ser encontrar um caminho marítimo para a Índia. Isso possibilitaria controlar o comércio dos produtos que chegavam à Europa vindos do Oriente.

Durante muito tempo, tentaram alcançar o extremo da costa ocidental africana e o ponto de passagem do oceano Atlântico para o Índico. Diogo Cão foi quem esteve mais perto de o conseguir. Em 1482, chegou à atual Angola e, em 1486, alcançou a costa da Namíbia.

Em 1488, uma expedição comandada por Bartolomeu Dias conseguiu, finalmente, passar para o Índico. Depois de uma forte tempestade, que os levou a navegar em alto mar durante vários dias, a expedição dobrou o cabo das Tormentas, assim chamado devido às correntes, aos ventos muito fortes e aos baixios rochosos onde os navios podiam encalhar ou até mesmo naufragar.

Bartolomeu Dias decidiu, então, navegar durante mais algum tempo para norte, para ter a certeza de que era possível prosseguir viagem. Foi ele quem deu o nome ao cabo cujas águas eram tão difíceis de navegar. No entanto, o sucesso da expedição levou D. João II a mudar-lhe o nome para cabo da Boa Esperança. Estava agora mais próximo o objetivo de encontrar um caminho marítimo para a Índia.

O Adamastor

Já ouviste falar do gigante Adamastor? Este gigante é uma personagem de Os Lusíadas de Luís de Camões. Simboliza o cabo das Tormentas e as dificuldades que os portugueses tiveram de ultrapassar no seu caminho para a Índia – em especial na viagem em que finalmente a alcançaram, a de Vasco da Gama, na qual vários navios da frota portuguesa naufragaram.

Crasto, R. (2011). Grandes datas de Portugal. Texto.

“A exploração é, de facto, a essência do espírito humano.” – Frank Borman