Jornal Escolar AE Muralhas do Minho | 2024-2025
Cinco regras para criar testes que ajudam a aprender
Avaliação | 17-12-2024
Os testes potenciam a aprendizagem e melhoram o desempenho escolar em diversos domínios. Como podem os professores maximizar o seu valor como instrumento de aprendizagem?
Testar com que frequência?
Os testes devem ser incorporados regularmente durante as aulas, e não utilizados apenas como instrumentos de avaliação. O professor pode incluir um questionário no final de cada aula, por exemplo. Aumentar a sua frequência ajuda a aprender melhor e diminui a ansiedade que muitos alunos sentem durante a sua realização. Estes testes múltiplos devem contribuir apenas com uma pequena percentagem para a classificação final, de modo a que os alunos os vejam como instrumentos de aprendizagem, se sintam mais motivados a estudar e fiquem menos ansiosos quando os fizerem.
Que formato de teste utilizar?
Independentemente do tipo de teste, o professor deve garantir que cada item exige a recuperação ativa de informação — por exemplo, são preferíveis testes sem consulta a testes com consulta. As questões de escolha múltipla podem ser uma boa alternativa, sobretudo em turmas grandes. Neste caso, as opções incorretas devem ser suficientemente críveis e competitivas (i. e., baseadas em informação plausivelmente certa) para que o aluno tenha de recuperar ativamente a alternativa correta e não se limite a eliminar as restantes.
As questões que levam os alunos a utilizar processos de produção de conhecimentos para obterem respostas também aumentam o valor dos testes — items de resposta curta ou de completamento, por exemplo.
Outra possibilidade é fazer testes colaborativos ou em grupo. A investigação não é clara quanto à eficácia dos testes colaborativos, mas os alunos parecem gostar deles e sentir-se menos ansiosos. Por isso, uma estratégia poderá ser aplicar um teste individual e reaplicar o mesmo teste coletivamente.
Quando testar?
Os testes ajudam a aprender melhor não só quando aplicados de maneira clássica, depois da apresentação dos conteúdos, mas também na forma de pré-testes. O benefício ocorre mesmo que os alunos não consigam responder corretamente. No caso dos pré-testes, as questões de escolha múltipla parecem ser as mais eficazes.
Além de usar pré-testes e testes com frequência, é importante espaçá-los e intervalar os items semelhantes que aparecem em cada teste. Importa também referir que os testes devem ser cumulativos: a matéria não é testada apenas uma vez, logo depois de apresentada, mas várias, sendo incluída nos testes seguintes. Embora os alunos não costumem apreciar testes cumulativos, estes beneficiam a aprendizagem por facilitar a prática de recuperação.
O que falta saber?
A investigação não é clara quanto à forma ideal de classificar os testes. Sabe-se que os testes formativos não devem contribuir significativamente para a nota final, mas não se sabe qual é a percentagem ideal. Outro fator que pode interagir com as características dos testes aqui referidas e alterar a sua eficácia são certas diferenças individuais, incluindo o conhecimento prévio de um aluno, o seu estatuto socioeconómico, a sua cultura e até a forma como foi ensinado no passado. Nada parece sugerir que a repetição de testes tenha um efeito negativo na aprendizagem, mas é necessária mais investigação de modo a avaliar, por exemplo, se o conhecimento prévio de um aluno pode alterar os benefícios dos pré-testes.
Como criar testes que sejam ferramentas de aprendizagem:
Fonte: Cinco regras para criar testes que ajudam a aprender. Iniciativa Educação.
“The important thing is not to stop questioning.” – Albert Einstein