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Jornal Escolar AE Muralhas do Minho | 2024-2025


Proibição de telemóveis nas escolas, por si só, não melhora as notas nem o bem-estar, diz estudo

Tecnologia | 10-02-2025

Os investigadores afirmam que as proibições devem fazer parte de uma estratégia mais alargada para combater o impacto negativo da utilização de telemóveis.

Claudio Cerri

Investigadores da Universidade de Birmingham concluíram que passar demasiado tempo ao telemóvel e nas redes sociais está, em geral, associado nos alunos a notas mais baixas, sono deficiente e comportamento perturbador. No entanto, os resultados não diferiram entre as escolas que proibiram os telemóveis e as que não o fizeram.

O estudo, publicado no jornal The Lancet Regional Health – Europe, também concluiu que a tentativa de restringir o uso do telemóvel na escola não reduziu o tempo total que as crianças passam nos seus dispositivos ao longo do dia.

Segundo o estudo, que comparou 1227 alunos de 30 escolas secundárias, qualquer proibição deve fazer parte de uma estratégia mais vasta.

Apesar de se ter concluído que o tempo de ecrã afeta a saúde mental, o comportamento na sala de aula, a atividade física e os ciclos de sono, não há provas de que as políticas restritivas em matéria de telefones nas escolas, nas suas formas atuais, tenham um efeito benéfico na saúde mental e no bem-estar dos adolescentes.

Os dados sugerem que as intervenções para reduzir o tempo de uso do telemóvel na escola e fora dela devem ser consideradas em conjunto. Isoladamente, as proibições não são suficientes para combater o efeito nocivo do seu excesso de utilização.

Como refere um artigo do Público, tem-se exigido aos professores que, além de ensinarem a sua disciplina, eduquem para a cidadania, para a alimentação saudável, para a preservação do meio ambiente e também para o uso responsável da tecnologia. Mas se os pais não conseguem impor limites, será a escola, com as suas regras formais, a conseguir? Se queremos jovens capazes de usar a tecnologia de forma equilibrada, o primeiro passo não é proibi-los na escola. É educá-los em casa.

“The challenge for a human now is to be more interesting to another than his or her smartphone.” – Alain de Botton