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Jornal Escolar AE Muralhas do Minho | 2024-2025


Verity vs. Admirável Mundo Novo: a luta entre a emoção e a razão

Pedro Firmino, 12.º B | 27-02-2025

Em “Miúdos a Votos!”, as Listas A e V apresentaram as suas obras num debate em que os alunos expressaram e defenderam as suas opiniões.

A atividade decorreu no auditório da escola sede.

No dia 25 de fevereiro de 2025, realizou-se, no auditório, um debate literário no âmbito do projeto “Miúdos a Votos”. Serviu para discutir as duas obras em destaque: Admirável Mundo Novo, de Aldous Huxley, e Verity, de Colleen Hoover. O evento foi muito bem conduzido pelas moderadoras, Lara Ferreira e Ana Marinho.

O debate contou com a presença de duas equipas de alunos do 10.º B: a Lista A, composta por Joana, Lara, Inês e Clara, que argumentaram a favor de Admirável Mundo Novo, e a Lista V, representada por Gino, Carlos e Rodrigo, que defenderam o livro Verity.

O encontro teve uma apresentação para cada obra, tendo começado a Lista V. Após esse período, realizou-se o debate, embora com um tempo limitado.

Apresentação dos livros

A fase inicial foi essencial para contextualizar o público sobre a realidade de cada obra. Os apresentadores recorreram ao humor para cativar a atenção da plateia.

A Lista V começou por apresentar com uma breve biografia de Colleen Hoover, seguida da exposição dos elementos centrais da narrativa. AssassinatosMistériosSexo

Segundo eles, esses elementos despertam a curiosidade do leitor e levam-no a ler mais e com mais interesse cada página do romance.

As personagens principais são: Lowen Ashleigh, uma escritora “desesperada”; Jeremy Crawford, marido de Verity; e Verity Crawford, a figura misteriosa em torno da qual a trama se desenrola.

Destacaram a confiança como temática central e definiram-na como sendo “algo que se batalha muito para obter, mas basta o mínimo erro para se perder”. E para enfatizar o impacto e a profundidade emocional em torno do livro, leram algumas citações, como por exemplo: “Ouço o estalar do crânio antes de ser atingida pelo jorro de sangue.”

Assim como o grupo anterior, a Lista A iniciou a sua intervenção com a biografia do autor do seu livro, Aldous Huxley, com a presença inusitada de um robô nos seus slides. Foi assim ao longo de toda apresentação, com diferentes robôs, tendo cada um deles um nome relacionado com elementos do livro.

A obra foi retratada como uma distopia que explora temas como a ciência, a tecnologia e a manipulação social, contextualizada num mundo “perfeito”, que tem como propósito proporcionar a felicidade a todos os seus membros, independentemente da posição social ou casta.

O grupo explicou as divisões sociais, ou castas, que se dividem em dois grupos: os “Superiores”, onde se encontram os Alpha e os Beta, e os “Inferiores”, ao qual pertencem os Gamma, os Delta e os Epsilão.

As personagens principais mencionadas foram Bernard Marx, Lenina Crowne e John. O grupo destacou a atualidade da obra, publicada em 1932, ressaltando as previsões científicas de Huxley que se concretizaram, e como a história foi adaptada para diferentes formatos, incluindo séries e músicas.

Debate

Após as apresentações, as equipas tiveram cinco minutos para defender as suas obras e questionar os argumentos dos adversários.

Lista V – Verity

Afirmou que Admirável Mundo Novo carece de conexão emocional, enquanto Verity se destaca justamente pela sua profundidade emocional e proximidade à realidade.

Lista A – Admirável Mundo Novo

Justificou a ausência de emoções no livro devido ao contexto de manipulação da sociedade. No entanto, também argumentou que a obra consegue gerar emoções negativas no leitor, como indignação e desconforto.

Lista A

Rebateu o argumento da Lista V, afirmando que Verity exagera na carga emocional a ponto de torná-la superficial.

Lista V

Defendeu que Admirável Mundo Novo apresenta uma realidade demasiado distante da nossa, enquanto Verity aborda situações mais plausíveis e relacionáveis.

Lista A

Enfatizou que muitas das previsões científicas feitas por Huxley em 1932 já se concretizaram, tornando a obra surpreendentemente relevante, mesmo quase um século após a sua publicação.

Conclusão

O debate proporcionou uma troca de ideias interessantes, entre emoção e racionalidade, apesar da sua curta duração.

Ambas as equipas estão de parabéns pelo trabalho e esforço que tiveram, pois, no final, o público pôde refletir sobre a abordagem literária que mais lhe agrada: um thriller psicológico intenso ou uma distopia científica repleta de questões filosóficas.

Agora está nas suas mãos, caro leitor, decidir qual é o melhor livro.


Numa entrevista concedida às alunas do 10.º B, a professora Cristina Silva dá uma visão global dos aspetos mais importantes de Admirável Mundo Novo e estabelece uma relação muito pertinente com a atualidade.

“Every one belongs to every one else.”

“Books are a form of political action.” – Toni Morrison