Jornal Escolar AE Muralhas do Minho | 2024-2025
Membros da equipa de autoavaliação continuam a formar-se
Equipa de Autoavaliação | 17-03-2025
No dia 15 de março, dois membros da equipa de autoavaliação do nosso Agrupamento, Clara Vitorino e Teresa Amoedo, participaram no seminário “(Auto)avaliação das escolas e qualidade educativa”, no Instituto de Educação da Universidade do Minho.
Depois da habitual abertura dos trabalhos, tivemos a oportunidade de ouvir a conferência da Inspetora Ariana Cosme, da IGEC, “Autoavaliação e Qualidade Educativa: que relação?”
A oradora começou por destacar que, até ao dia de hoje, as avaliações externas têm vindo a atribuir um escasso número de menções de “Excelente”(1,4%) e de “Muito Bom”(19,9%) ao domínio da autoavaliação.
A perplexidade da oradora prende-se com a discrepância relativamente aos outros domínios, nos quais os inspetores têm sido mais generosos nas classificações. É, de facto, necessário refletir sobre o impacto da autoavaliação na liderança e gestão, bem como na prestação de serviço educativo ou nos resultados: até que ponto se pode compreender que os agrupamentos obtenham sistematicamente qualificações mais elevadas nestes três domínios? Se há uma liderança muito boa, se a prestação do serviço educativo e os resultados são excelentes, então seria lógico pensar que a autoavaliação está a desempenhar o seu papel de forma excelente também…
Ariana Cosme desmistificou muitos dos preconceitos existentes nas escolas sobre a avaliação externa, considerou perfeitamente razoável que as escolas tentassem mostrar o seu melhor: alterando os planos das aulas assistidas, aprimorando aspetos do espaço físico (limpeza, arrumação, aconchego), que nos painéis de discussão os participantes destacassem os aspetos mais favoráveis… no fundo, a escola é como uma “casa que recebe visitas” e que quer mostrar o seu melhor. Foi uma conferência muito humana, que nos mostrou uma perspetiva diferente e empática das chefias sobre o trabalho dos inspetores que se deslocam às escolas.
Depois desta conferência, seguiram-se duas mesas redondas. Na primeira participaram Leonor L. Torres (Universidade do Minho), Filipa Seabra (Universidade Aberta) e Conceição Lamela (IGEC), que abordaram os desafios que a autoavaliação enfrenta e apresenta: pode a autoavaliação reforçar a identidade das escolas? Deve responder ao quadro referencial usado pelas equipas de avaliação externa? Existe, de facto, uma cultura de autoavaliação nas escolas? Foi destacada a necessidade de colaboração e entendimento entre quem decide (a liderança) e quem avalia (autoavaliação), pois o impacto desta última é condicionado pelas decisões tomadas pelos órgãos de liderança e gestão da escola.
Na segunda mesa redonda, participaram Fernando Gonçalves (AE do Freixo), Daniel Magalhães (AE Dr. Bento da Cruz) e Carla Rocha (AE Santos Simões), na qualidade de coordenadores das equipas de autoavaliação dos seus agrupamentos. Os três descreveram os recursos humanos com que contam, o modo de trabalho, os documentos que publicam, a forma de publicitação e o impacto do seu trabalho na comunidade educativa.
Algumas ideias que no nosso Agrupamento podemos adotar: criar uma caixa de sugestões; presença do coordenador de autoavaliação nas reuniões do Conselho Geral; uniformização dos relatórios das equipas intermédias; criação de escalas de avaliação; definição de estratégias de supervisão…
Por fim, ouvimos a conferência de encerramento de Isabel Fialho, da Universidade de Évora: “A avaliação institucional das escolas e a sua contribuição para a qualidade educativa”. A oradora destacou a necessidade de garantir condições de trabalho, de formação, a mobilização de todos os elementos da comunidade educativa, a transparência e rigor no processo, e reforçou a necessidade de garantir uma melhoria contínua. Apresentou os elementos essenciais do processo de autoavaliação: planeamento, recolha de informação, registo, organização e análise dessa mesma informação para tomar decisões que devem resultar na melhoria, qualidade e inovação na educação.
Foi um seminário inspirador para melhorar as nossas práticas e para refletir sobre o modo como o trabalho da equipa de autoavaliação do nosso Agrupamento pode ter mais impacto, principalmente, nos domínios dos resultados e da liderança e gestão.
“Education is for improving the lives of others and for leaving your community and world better than you found it.” – Marian Wright Edelman