Jornal Escolar AE Muralhas do Minho | 2024-2025
Wilhelm Röntgen e a sua descoberta genial
Ciência | 04-06-2025
No final do século XIX, sabia-se que a matéria era composta por átomos e que tudo interagia mediante as forças da gravidade e do eletromagnetismo. O resto eram pormenores.
Em 1895, Wilhelm Röntgen, tal como muitos outros cientistas no final do século XIX, acreditava que as descobertas da física estavam quase esgotadas. Só faltava esclarecer os pormenores.
Röntgen fora uma criança sem nada de extraordinário. Filho de um comerciante de tecidos, adorava explorar a natureza. A sua única aptidão invulgar era saber construir objetos mecânicos e esta capacidade precoce revelou-se útil para o seu posterior trabalho experimental. Em adulto, tinha o cabelo espetado sobre a testa, como se estivesse permanentemente eletrizado pelo seu entusiasmo.
Em 1895, descobriu algo nunca visto, um novo tipo de raios invisíveis, e dedicou todo o seu tempo e energia a aprofundar o estudo, no laboratório. Mais tarde, quando lhe perguntaram o que pensara nessa altura, respondeu: “Não pensava, investigava.”
Röntgen organizava as suas experiências de forma metódica e minuciosa para compreender a natureza dos novos raios, que atravessavam diferentes materiais não diminuindo de intensidade. Só quando colocou uma folha de alumínio em frente do tubo é que verificou que os raios pareciam ter uma certa dificuldade em atravessá-la.
Passou sete semanas no laboratório e manteve a investigação em segredo. A única referência ao seu trabalho foi a menção a um amigo, a quem disse: “Descobri uma coisa interessante, mas não sei se as minhas observações serão corretas.”
No seu livro de apontamentos, Röntgen precisava de dar um novo nome aos novos raios. Em ciência, costuma designar-se o que se desconhece com uma letra. Por isso, Röntgen propôs aquela que é talvez a melhor designação não intencional da história da física: chamou à sua descoberta “raios X”.
Sheehy, S. (2023). A matéria de tudo. Temas e Debates.
“The science of today is the technology of tomorrow.” – Edward Teller